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Pecuaristas paraenses garantem que não faltará carne para o consumidor brasileiro

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A carne bovina não vai faltar nas prateleiras dos supermercados paraenses e nem dos açougues e feiras do Estado. É o que garante o pecuarista Renilson Martins, que lidera um grupo de produtores rurais que reúne mais de 200 criadores de gado de todo o Pará.

Eles se reuniram em confraternização neste final de semana em uma fazenda na Região Metropolitana de Belém e comemoraram o que acreditam ser a recuperação da boa fase da pecuária brasileira.

Com o acordo comercial entre o governo federal e a China, anunciados pelo presidente Jair Bolsonaro, vários frigoríficos brasileiros, inclusive paraenses, vão exportar carne bovina para o mercado chinês, que enfrenta um surto de doenças nos suínos, levando a população a se voltar mais ao consumo da carne bovina, o que ajuda a valorizar a produção pecuária brasileira.

Segundo o pecuarista paraense, apesar do preço do quilo da carne no varejo ser considerado alto para o consumidor final, o aumento ocorreu após quase três décadas de preço reprimido da arroba do boi.

Os pecuaristas paraenses festejam o que eles consideram  e definem como inversão do ciclo da pecuária brasileira. Renilson Martins explica que se trata de correção de custos, porque o setor “estava extremamente reprimido nos preços”, segundo Martins.

Ciclo pecuário é longo levando entre três a quatro para um gado ir pro abate

O Brasil é um dos maiores produtores de gado bovino do mundo e exporta para mais de 100 países. Porém, os pecuaristas afirmam que a defasagem no valor da arroba do boi não acompanha outros países grandes produtores de rebanhos bovinos, como os Estados Unidos, por exemplo, que de acordo com Renilson Martins é vendida a quase 60% mais cara que a carne bovina brasileira.

“Temos que entender, que a produção agrícola sofre uma série de influências. O ciclo pecuário é longo. São três a quatro anos de alta e baixa até o boi está pronto pro abate”, explica o produtor.

Ele esclarece que a matriz ou vaca é quem comanda o ciclo e quando o preço da arroba do boi gordo começa a sofrer baixa, não vale a pena produzir. Nesse ciclo de baixa os produtores acabam mandando as vacas para o abate, o que gera menos bezerro e diminui a produção e consequentemente, o lucro com um número grande de fêmeas sendo abatidas em lugar de gerar mais bezerros.

Nesta inversão de ciclo pecuário, os produtores têm a oportunidade de poupar as matrizes do abate e produzir mais bezerros, o que segundo o pecuarista paraense, vai aumentar a produção bovina em todo o Estado.

Margem do varejo é que torna o preço da carne ao consumidor alto no Brasil

Renilson Martins assegura que apesar da arroba do boi gordo ser mais alto, nos Estados Unidos o preço da carne comercializada no varejo, ou seja, aquela que chega ao prato do consumidor final, é semelhante ao preço praticado no Brasil.

O pecuarista afirma que no meio da cadeia de produção pecuária “têm margens que fazem impactar o preço ao consumidor final”. Segundo Martins, o pecuarista produz e recebe o valor pelo boi bruto. Se fosse levar em consideração o valor repassado pela arroba do boi gordo (15 quilos) em média o quilo da carne chegaria às gôndolas dos comércios varejistas entre R$ 17 e R$ 18.  Porém, o que o consumidor constata chega a mais de R$ 30 a carne de primeira nos supermercados.

“Nós produtores só recebemos o valor pela carne produzida”, acentua Renilson Martins. Mas, todo o boi é comercializado, ele explica, incluindo coro, vísceras, tudo é comercializado no meio da cadeia após sair do domínio do produtor.

Apesar do temos da população de que a carne suma dos mercados e açougues, o produtor assegura que os pecuaristas vão continuar abastecendo o mercado interno paraense. “Não existe retenção”, garante.

Dados da cadeira pecuária brasileira e paraense: 

# A produção pecuária é responsável por 9% do Produto Interno Bruto (PIB) do país;

# O Faturamento do setor é de mais de R$ 600 milhões anuais;

# No Pará é uma das atividades econômicas mais importantes com um rebanho de 20 milhões de cabeças de gado;

# Cerca de 100 mil propriedades rurais paraenses são produtores de gado bovino no sistema semi-intensivo;

# Pará tem o quarto maior rebanho bovino brasileiro, atrás de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Portal Roma News

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