A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (27) a Operação Tricoat II, que investiga uma suposta organização criminosa dedicada à lavagem de dinheiro e tráfico de drogas interestadual. Ao todo, são cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão em sete estados: Acre, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Maranhão, Amazonas, Pará e Piauí.
A investigação, que começou em janeiro de 2022, apontou um esquema de envio de drogas para estados, principalmente, da região nordeste por meio terrestre. A operação ainda investiga lavagem de dinheiro decorrente do crime.
Para lavar o dinheiro proveniente dos crimes, um núcleo – liderado por um empresário acreano – se utilizava de um mercado em Rio Branco, e simulava o funcionamento regular do estabelecimento para justificar os valores e bens obtidos com o lucro do tráfico de drogas.
Os investigados movimentaram mais de R$ 37 milhões em suas contas bancárias durante o período da investigação.
A justiça autorizou o bloqueio de contas, sequestro de imóveis, terrenos e itens de luxo.
Os suspeitos vão ser indiciados pelos crimes de integrar associação criminosa para o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e tráfico interestadual de drogas. As penas podem chegar a 33 anos de prisão.
Como funcionava o esquema
O delegado de Polícia Federal Felipe Peres Fachinelli explicou que a droga saía do Acre, que faz fronteira com países que têm uma grande produtividade de droga, com destino aos estados do Nordeste, especialmente, Natal, João Pessoal e Maranhão. A organização criminosa tinha sede em Rio Branco.
Entre os mandados de busca e apreensão cumpridos, 14 foram em Rio Branco, dois em Epitaciolândia, dois em Cruzeiro do Sul e outros seis nos demais estados. Três pessoas foram presas no Acre e uma em Manaus.
“A lavagem de dinheiro acontecia com investimento em imóveis, para tentar ocultar esse caminho ilícito e também por meio de pessoas interpostas para fazer atos de lavagens, que é o depósito fracionado e retirada fracionada de dinheiro. Utilizavam laranjas, na maioria das vezes pessoas hipossuficientes, que não tinham nenhum lastro financeiro para justificar, por exemplo, uma movimentação de R$ 2 milhões”, disse o delegado.
Operação Tricoat II
O nome da operação faz referência à técnica de pintura automotiva em três camadas, em que uma dessas camadas é perolada, normalmente da cor branca.
A cor branca e o aspecto perolado remetem à aparência da cocaína que era transportada pelo grupo, e o fato de ser uma pintura automotiva faz alusão ao principal meio de transporte utilizado pelo grupo para o tráfico, veículos automotores.
Fonte: G1 Pará