A Polícia Civil investiga a venda de frutas e legumes supostamente contaminados com veneno de rato na vila balneária de Alter do Chão, distante 37 km da zona urbana de Santarém, oeste do Pará. Segundo a polícia, quatro caixas com produtos foram apreendidas na segunda-feira (13/8) e encaminhadas à Polícia Científica para análise mais detalhada.
De acordo com o delegado Germano do Vale, responsável pelo inquérito, os desdobramentos do caso e as suspeitas recaem sobre o comerciante, identificado como José Domingos, 65 anos, que admitiu ter adicionado o veneno aos alimentos.
Ainda de acordo com o delegado, o comerciante José Domingos confessou durante o interrogatório que utilizou veneno de rato nas frutas e legumes, mas alegou que sua intenção era apenas afastar os roedores, e não causar dano à saúde dos consumidores.
“Ele manipulou as caixas com a intenção de matar os ratos que estavam consumindo as frutas, mas acabou expondo os moradores a um risco grave de contaminação”, explicou o delegado.
Os produtos foram apreendidos no final da tarde de segunda-feira (13), e a análise pericial foi solicitada para determinar a presença de veneno nos alimentos. “Estamos aguardando o laudo técnico para prosseguir com o inquérito policial, que foi iniciado imediatamente após a confissão,” acrescentou Germano.
José Domingos foi enquadrado no artigo 270 do Código Penal, que trata da prática de misturar substâncias nocivas em produtos destinados ao consumo. Embora o comerciante tenha alegado que não houve a intenção de causar mal aos consumidores, a lei prevê punições mesmo em casos de negligência, em que o risco à saúde pública é evidente.
“Ele está respondendo em liberdade, mas a gravidade da situação é clara, pois ele manipulou de forma imprudente alimentos que foram colocados à venda para a população de Alter do Chão,” afirmou o delegado.
Além do crime contra a saúde pública, José Domingos também foi autuado por desacato, após ter ofendido servidores municipais que o notificaram sobre as práticas inadequadas de manipulação de alimentos. O caso foi registrado na 16ª Seccional Urbana de Santarém.
“Foram dois procedimentos instaurados: um pelo desacato aos servidores da agência distrital e outro pela contaminação dos alimentos,” explicou Germano.
Fonte: G1 Santarém e Região