Equipes da Polícia Civil e do Ministério Público do Pará (MP-PA) de Santarém, oeste do estado, iniciaram na manhã desta quinta-feira (26) o cumprimento de mandados de prisão, busca e apreensão na 9ª fase da “Perfuga” batizada de operação “Carros fantasmas”.
Ao longo da operação foram cumpridos uma prisão preventiva, três prisões temporárias e nove mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Santarém.
Um dos locais onde a operação aconteceu é em uma locadora de veículos localizada na Avenida Mendonça Furtado, bairro Santa Clara, onde ocorreu busca e apreensão de documentos, que vão compor as investigações. Outros locais alvos são órgãos públicos, como a Câmara de Vereadores, e casas de empresários.
Desvio de dinheiro público
Conforme o delegado Kleidson Castro, as investigações que desencadearam a operação são referentes ao ano de 2017, porém o esquema fraudulento ocorria desde 2013 no legislativo santareno. As investigações do biênio 2015/2016, que tinham o ex-vereador Reginaldo Campos na presidência da Câmara, correm em segredo de justiça.
O esquema sistematizado de corrupção ocorria de duas formas, segundo o delegado. As investigações apontaram um quadro de corrupção sistematizada em que empresas ligadas a um grupo familiar, estava sendo beneficiada em licitações direcionadas e superfaturadas.
O desvio do dinheiro público era feita no processo licitatório. O grupo familiar apresentava três propostas de empresas diferentes à Câmara, sendo que a mesma locadora sempre vencia a licitação. O delegado disse ainda que o empresário era quem apresentava os envelopes com as propostas. Mas, muitas vezes os pacotes nem chegavam a ser abertos.
Outra forma como fraude acontecia era mediante pagamento de diárias de veículos locados, sem que efetivamente os carros fossem usados pela Câmara de Vereadores de Santarém. Os contratos fechados eram de R$ 70 mil a R$ 80 mil. A polícia informou que tinha carros cuja diárias passavam de R$ 400– valor acima do de mercado.
Foi preso preventivamente o empresário do grupo familiar. Os mandados de prisão temporárias eram da filha e esposa do empresário e de uma servidora da Câmara. Todos foram cumpridos. As pessoas presas nessa fase da “Perfuga” foram apresentadas na Unidade Integrada ProPaz (UIPP) da Nova República para os procedimentos cabíveis.
Está à frente da operação o delegado Kleidson Castro, que conta com oito equipes nas ações apoiadas pelos delegados das Unidades Integrada ProPaz (UIPP) , 16ª Seccional, Núcleo de Apoio à Investigação (NAI) e delegacias especializadas da mulher e da criança e do adolescente.