A promessa da Agência Nacional de Aviação (Anac) era baixar os preços, mas, um ano depois da criação das taxas de bagagens, nenhum consumidor percebeu qualquer redução no valor das passagens aéreas no Pará.
Antes, qualquer pessoa podia embarcar com até 23 quilos de bagagem em viagens nacionais e 32 quilos em viagens internacionais sem pagar nada. Agora, só é possível levar 10 quilos sem custos adicionais.
A nova regra da Anac surgiu com a promessa de deixar as passagens mais baratas. Entretanto, no Aeroporto Nacional de Belém, várias pessoas reclamam dos preços praticados atualmente.
“Os valores dos bilhetes aéreos não diminuíram. Eles continuam altos. A promessa de que o consumidor ganharia em prol de pagar a franquia de bagagem, mas também ter os bilhetes mais baratos, não aconteceu na prática”, diz a presidente da Associação dos Direitos do Consumidor Daniele Ribeiro.
Davi Dourado, que trabalha com eventos e faz mais de 100 viagens por ano, está indignado. Ele diz que chega a gastar de R$ 200 a R$ 300 com taxa de bagagem por viagem. “Tem que viajar, tem que trabalhar. Fazer o que, né”, diz.
Wagner Russell, que é músico, também está insatisfeito com a cobrança. “É muito ruim isso, só está trazendo problema”, avalia.
Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas informou que é natural que o processo de adaptação a esta mudança gere dúvidas e insatisfações. Apesar disso, a associação disse que, até fevereiro de 2018, o total de pessoas que registrou reclamações foi pequeno diante dos clientes atendidos. Já a Anac disse que acompanha o preço médio das passagens, mas que precisa de uma série histórica significativa para avaliar os efeitos da cobrança nas tarifas.