O prefeito licenciado de Porto de Moz, Berg Campos (PTB), que se encontra em viagem à África, com familiares e um grupo de funcionários públicos daquele município, emitiu nesta sexta-feira, 10, uma nota de esclarecimento em que afirma que as reportagens publicadas sobre sua viagem têm sido sensacionalistas e desnecessárias.
Ainda de acordo com a nota que foi espalhada nas redes sociais, o prefeito encontra-se afastado do cargo e que esta licença não é remunerada. O prefeito diz ainda que nenhum centavo de recurso público está sendo utilizado para custear a viagem que é fruto de uma ação mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Em relação a informação que só existiria um médico atendendo na cidade de Porto de Moz, a nota afirma que existem sete profissionais distribuídos entre o Hospital Municipal e os postos de Saúde do Município.
“A viagem foi precedida de todas as medidas legais para sua realização, inclusive, foi enviado pedido de licença sem remuneração do Prefeito e a Câmara Municipal aprovou a licença do dia 01 ao dia 21 de junho de 2022, expedindo o Decreto Legislativo nº 022/2022, de 31 de maio de 2022, pelo qual se concedeu licença ao Prefeito Berg Trabalho Campos”, diz a nota, que segue com as seguintes informações. “A viagem não é um evento exclusivo do prefeito licenciado de Porto de Moz e de seus acompanhantes, mas um evento mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, do qual, qualquer pessoa integrante da Igreja ou voluntário pode participar. Assim, existem equipes de todo o mundo fazendo viagens semelhantes nesse momento”, afirma a nota que encerra dizendo que todos os servidores públicos municipais se encontram afastados de seus cargos e não estão sendo remuneradas pelos dias da viagem.
SOBRE A VIAGEM
Berg Campos e outras 25 pessoas saíram de Porto de Moz no último dia 1º de junho. Ele foi acompanhado de servidores municipais e familiares, que também são funcionários. Nas redes sociais, o gestor anunciou que foi arrecadado R$140 mil para custear a viagem.
O grupo de 26 pessoas inclui servidores da prefeitura; a filha do prefeito; e a irmã dele, com o marido. O retorno está previsto para o dia 20 de junho, segundo a assessoria da prefeitura.
Em um vídeo gravado pelo prefeito, ele diz que R$50 mil foram arrecadados em doações durante uma live, e mais R$90 mil em grupos de Whatsapp, totalizando R$110 mil em doações espontâneas.
O dinheiro, ainda segundo ele, foi destinado para custeio da ida do grupo à África.
Segundo o site da Igreja Adventista, o projeto Missão Calebe é voluntário, envolvendo serviço social e de evangelização, o qual jovens dedicam as férias.
O intuito do projeto é de mobilização em toda a América Latina para ações em lugares onde não há presença adventista.
O Ministério Público do Pará (MPPA) informou, nesta quinta-feira (9/6), que vai abrir um procedimento administrativo na Promotoria de Justiça de Porto de Moz, para investigar a viagem do prefeito da cidade para uma ação religiosa em Moçambique, na África.
A Voz do Xingu – com informações do G1 PA
