A Prefeitura de Altamira enviou uma nota técnica à redação do Portal A Voz do Xingu se posicionando sobre o ranking do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) divulgado na segunda-feira (14).
No documento, a prefeitura argumenta que o município “possui extensão territorial maior que a Áustria, a Bélgica e a Suíça juntas, com quase 90% do seu território formado por terras indígenas e Unidades de Conservação federais e estaduais”. O documento cita dificuldades logísticas “para o efetivo combate aos ilícitos ambientais, entre os quais as queimadas e o desmatamento ilegal das florestas que refletem no aumento significativo de emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), estão diretamente associadas à gigantesca dimensão territorial do município e a existência de muitas regiões de difícil acesso”.
A prefeitura afirma que tem se preocupado com déficit entre emissão e remoção de gases nos últimos anos, mas que em um espectro maior, os números são positivos. “Diante do cenário apresentado pelos levantamentos realizados pelo SEEG, o município de Altamira – PA, teve nos últimos 5 anos mais Remoção do que as suas Emissões (MtCO2e), reflexo da sua cobertura florestal que, segundo o Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite – PRODES, equivalem a 89,1% do território do município, que corresponde a 159.533 km2. Cabe ressaltar, que o município de Altamira é hoje, o que mais realiza a Remoção de CO2 no Brasil.”
A grande preocupação municipal encontra-se nos dados mais recentes (2019), que foram apresentados, mais precisamente no saldo negativo de 9 MtCO2e, demonstrando um alarmante crescimento no índice de emissões de CO2, reflexo do aumento de queimadas e desmatamento ilegal que ocorrem no município.
Altamira, já observando os dados publicados anteriormente pelo SEEG e motivados pela preocupação da Administração Pública com as mudanças climáticas, convocou a sociedade e especialistas para um amplo e democrático debate público, realizado nos dias 02 a 05 de junho de 2022, intitulado: I Concerto Ambiental de Altamira, justamente com o tema central: “A Harmonia entre a Conservação da Floresta e as atividades econômicas sustentáveis e a sua influência na mitigação das Mudanças Climáticas”, que mostrou os diversos caminhos a serem trilhados na construção de estratégias que garantam a geração de emprego e renda, manutenção e recuperação das florestas, inclusive com a formulação da “Carta de Altamira para o Meio Ambiente”, composta por mais de 50 metas para os próximos 50 anos. Para cumprir essas metas serão fundamentais parceiras técnicas e apoio financeiro para que, assim, sejam mantidas as políticas de preservação e conservação florestal, e consequentemente a diminuição das emissões de CO2.