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Prefeitura suspende concurso no Pará após mulher ser presa com ponto eletrônico durante prova

Organização do certame em Parauapebas, no sudeste do estado, acatou recomendação da Defensoria, que indicava possível vazamento de prova.

Ponto de eletrônico de escuta encontrado com a mulher. — Foto: Reprodução / TV Liberal
Ponto de eletrônico de escuta encontrado com a mulher. — Foto: Reprodução / TV Liberal
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A Prefeitura de Parauapebas, no sudeste do Pará, teve que suspender concurso público para quadro de servidores efetivos, após recomendação da Defensoria Pública do Estado do Pará (DPE-PA). A suspensão foi divulgada nesta segunda-feira (4) pela DPE.

A medida foi tomada depois que uma mulher foi presa durante a aplicação da prova, no último dia 26 de novembro. Segundo a DPE, a prisão ocorreu assim que a concorrente foi flagrada com ponto eletrônico enquanto realizava o certame.

O auto da prisão informa que o teste da mulher foi apreendido e, no verso do papel, constavam 50 questões apontadas para a alternativa a ser assinalada no cartão de questões.

O procedimento apontou que as respostas eram compatíveis com o gabarito oficial da prova. À polícia, a mulher informou ter obtido o gabarito com um mototaxista.

A recomendação da DPE afirma que o Edital do Concurso Público Nº 01/2023 determina que nenhuma pessoa poderia se retirar do local de realização da prova antes do horário das 10h, mas a concorrente foi apreendida às 09h30, conforme relato policial, o que justifica o pedido de suspensão do certame pelo período de trinta dias, acatado pela Prefeitura de Parauapebas.

Para a Defensoria Pública, o caso indica possível vazamento de prova, violando princípio da igualdade e paridade na concorrência de cargos públicos, previsto na Constituição Federal.

O defensor público Luiz Gustavo Albuquerque, do Núcleo Regional de Parauapebas, que assina a recomendação, defende que houve indicativo de fraude no certame. “A Defensoria Pública atua para proteger direitos coletivos e difusos daquelas pessoas que estão a se submeter ao concurso, de modo que elas tenham a certeza e a garantia de que a prova não tenha sido disponibilizada para outras pessoas”.

“O caso viola a paridade do concurso e, por isso, a atuação da DPE foi no sentido de requerer a suspensão e, eventualmente, a anulação na prova”, destaca.

O que diz a Prefeitura

Prefeitura de Parauapebas, no sudeste do Pará. — Foto: Reprodução / Prefeitura de Parauapebas

Após a recomendação, a prefeitura divulgou a seguinte nota:

“A Prefeitura de Parauapebas informa que, após rigorosa análise interna e em conformidade com os princípios da legalidade e transparência, decidiu suspender o concurso público para provimento de cargos no quadro de servidores efetivos do município, realizado por meio do Edital nº 001/2023, pelo prazo de 30 dias, podendo ser prorrogado por igual período.

A decisão de suspender o concurso é por motivo de identificação de suspeitas de irregularidades que demandam uma investigação aprofundada e está embasada no compromisso de assegurar a lisura e a equidade em todo o processo seletivo. Além de garantir a credibilidade em todas as ações municipais, especialmente em procedimentos que envolvem a seleção de novos servidores públicos.

É importante destacar que o contrato administrativo firmado entre o Município de Parauapebas e a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp) estabelece a responsabilidade da referida instituição de direito privado com a obrigação contratual de organizar e aplicar todas as fases do concurso, assim como adotar métodos de segurança a serem empregados na elaboração das provas e a manter sigilo nos assuntos relacionados ao concurso, responsabilizando-se pela divulgação, direta ou indireta, por quaisquer meios, de informações que comprometam a sua realização.

Contudo, a administração municipal está tomando todas as medidas necessárias para esclarecer as suspeitas levantadas e garantir a integridade do concurso. Para isso, a Comissão Especial instituída por meio da Portaria nº 898, de 28 de novembro de 2023 promoverá todas as ações administrativas para a adequada e célere apuração dos fatos.

A suspensão do concurso não representa uma condenação prévia, mas sim uma medida cautelar adotada pela administração municipal para preservar a idoneidade do certame e resguardar os interesses dos candidatos. A prefeitura está comprometida em resolver essa situação da maneira mais rápida possível, garantindo que todas as ocorrências sejam devidamente esclarecidas.

É importante ressaltar que os processos seletivos (PSS) em curso estão preservados e seguem conforme o cronograma oficial.

A gestão municipal reafirma seu compromisso com a legalidade, a ética e a transparência em todas as suas ações e se compromete a informar a população e os candidatos sobre os desdobramentos dessa investigação, assegurando a lisura e a confiabilidade do concurso em questão.”

Fonte: G1

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