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Procurador paraense pede desculpas por fala racista

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Ricardo Albuquerque, procurador de Justiça que foi afastado após manifestar opiniões racistas sobreindígenas e escravos durante palestra em uma universidade particular, pediu desculpas em seu perfil no Facebook, na noite desta quinta-feira (28).

O Procurador responsabilizou os índios pelo problema da escravidão no Brasil. De acordo com Albuquerque, no momento em que índios não aceitaram ser escravos dos colonizadores, foi necessário trazer africanos para o país. “Índios são preguiçosos”, afirmou.

Entre outras barbaridades proferidas aos alunos, Ricardo afirmou não ter “nenhuma dívida histórica com negros”, porque não possuía “navio negreiro”. Veja a fala na íntegra:

“A gente não tem culpa de nada. E aqui, professora, eu vou falar uma coisa que talvez muita gente não goste. Mas é o seguinte: eu não acho que nós tenhamos dívida nenhuma com quilombolas. Nenhum de nós aqui tem navio negreiro. Nenhum de nós aqui, se você for ver sua família há 200 anos atrás (sic), tenho certeza que nenhum de nós trouxe um navio cheio de pessoas da África para ser escravizadas aqui. E não esqueçam, vocês devem ter estudado História, que esse problema da escravidão aqui no Brasil foi porque o índio não gosta de trabalhar, até hoje. O índio preferia morrer do que cavar mina, do que plantar pros portugueses. O índio preferia morrer. Foi por causa disso que eles foram buscar pessoas nas tribos na África, para vir substituir a mão de obra do índio. Isso tem que ficar claro, ora! Me desculpa você aí, mas se na minha família não tem nenhuma pessoa que tenha ido buscar um navio negreiro lá na África, como é que eu vou ter dívida com negócio de zumbi, esse pessoal. Agora tem que dar estrutura para todo mundo, tem que dar terra pra todo mundo, mas é porque é brasileiro, só isso. É o que eu disse ainda agora, todos são iguais em direitos e deveres, homens e mulheres. Você escolhe o que você quiser ser, não estou nem aí. Mas todos são iguais, todos, todos, todos, absolutamente todos. Não precisa ser gay, ser negro, ser índio, ser amarelo, ser azul para ser destinatário de alguma política pública. Isso tá errado. O que tem que haver, meus amores, é respeito mútuo. Eu lhe respeito, você me respeita, acabou a história. O resto é papo furado. Isso tudo só faz travar a sociedade e eu tô dizendo isso porque eu sei o que rola lá dentro.”

Após a fala, Albuquerque foi afastado na manhã desta quinta-feira (28), quando o Colégio de Procuradores de Justiça do Ministério Público do Pará (MPPA) decidiu, por unanimidade, instaurar um Processo Administrativo para apurar se a conduta do procurador foi compatível ou não com o exercício do cargo de ouvidor-geral. O servidor poderá, inclusive, perder o cargo.

Veja a retratação na íntegra:

 

Autor: Diário Online;

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