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Produção de castanha-do-pará gera renda e fortalece bioeconomia em áreas protegidas

Em 2024, devido à boa safra, o Ideflor-Bio autorizou a antecipação da coleta da castanha nas florestas estaduais do Trombetas e do Paru, no oeste do Pará

Foto: João Vitor Santos / Ascom Ideflor-Bio
Foto: João Vitor Santos / Ascom Ideflor-Bio
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Óbidos, Oriximiná e Alenquer são os municípios do oeste paraense que registram os maiores volumes de produção de castanha-do-pará no Estado, considerado o terceiro maior produtor da semente no Brasil pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2022. Com mais de 8,8 mil toneladas, o que representa um valor superior a R$ 31 milhões em produção, a castanha-do-pará coletada em florestas estaduais, sob a supervisão do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) e com apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), impulsiona a geração de renda e fortalece a bioeconomia.

“Por se tratar de uma cadeia relacionada ao conjunto dos produtos da sociobiodiversidade, o apoio da Emater é relacionado aos municípios que têm potencialidade para o extrativismo do produto, elaborando, quando necessário, os Cadastros Ambientais Rurais (CARs), individuais ou coletivos, a emissão do Cadastro Nacional de agricultor Familiar, o CAF, que possibilite aos extrativistas terem acesso às políticas públicas e ao apoio à comercialização dos produtos in natura ou em qualquer etapa de processamento”, explica Ozias Aquino, engenheiro agrônomo da Emater.

Waldiclei das Mercês, extrativista de castanha-do-pará no município de Almeirim, na mesma região, conta que, há anos, o produto é a fonte de renda da sua família e de toda a comunidade. O fortalecimento da produção, a partir de cursos realizados pelo governo do Estado, segundo o extrativista, permite o acesso ao mercado da castanha, garantindo a comercialização na região de forma sustentável.

“A atividade tem ajudado muito a preservação ambiental, justamente porque nós já tivemos aqui vários treinamentos sobre a castanha. Antes, a gente não tinha esse conhecimento, a gente não tinha o certo cuidado com a castanha; tocava muito fogo. Hoje não se trabalha mais com isso, justamente para que não acarrete prejuízo ou danos para o castanhal. As medidas preventivas têm ajudado muito a não derrubar as castanheiras”, informa Waldiclei.

Safra – Mais de 600 trabalhadores, previamente cadastrados pelo Ideflor-Bio, foram autorizados, em fevereiro deste ano, a entrar na Floresta Estadual do Trombetas, que abrange os municípios de Oriximiná, Óbidos e Alenquer, para a coleta da safra 2024. A iniciativa fortalece a cadeia da bioeconomia, gera renda para centenas de famílias e agrega valor aos produtos oriundos do extrativismo.

Em março, o Ideflor-Bio também autorizou a antecipação da coleta da castanha-do-pará na Floresta Estadual (Flota) do Paru, que abrange os municípios Almeirim, Monte Alegre, Alenquer e Óbidos, devido à quantidade significativa de ouriços que já caíram. Além disso, foram discutidas as regras e diretrizes para a coleta, visando assegurar que a atividade seja realizada de forma responsável, em harmonia com o ecossistema, reforçando o compromisso estadual com a sustentabilidade e a valorização das práticas tradicionais de manejo florestal.

Ronaldison Farias, gerente administrativo Calha Norte 2 do Ideflor-Bio, que corresponde às unidades de conservação das florestas estaduais do Trombetas, Faro e Paru, ressalta a importância da coleta sustentável da castanha-do-pará. “Hoje, há uma garantia de preservação dessas unidades por conta da forma que é realizado o extrativismo, valorizando a floresta em pé, conservada. O próprio extrativista é o defensor pela sustentabilidade das nossas florestas, e isso faz a diferença”, garante.

Fonte: Agência Pará

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