O Projeto Arteterapia, desenvolvido por psicólogas da Equipe Multiprofissional do Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), surgiu há dois meses. Os pintores e desenhistas são os próprios pacientes atendidos na unidade, localizada em Altamira, no sudoeste do Pará.
A ideia surgiu com o propósito de melhorar o tratamento dos usuários, considerando que alguns chegam ao hospital com sinais de ansiedade e depressão. “Eles enfrentam traumas relacionados ao acidente ou, dependendo do caso, uma tentativa de homicídio. Às vezes possuem dificuldades de elaborar em falas o que estão sentindo. E através da arteterapia a gente consegue identificar o que sentem e isso facilita no acompanhamento daquele paciente”, esclareceu a psicóloga Laísa Ferreira, idealizadora do projeto.
A arteterapia está incluída na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Sistema Único de Saúde (SUS), instituída no ano de 2006. Por quase 18 anos, essa atividade contribuiu para a promoção do bem-estar coletivo e individual. Através dela, é possível conectar o mundo interno e externo dos pacientes, compreendendo de que forma o subconsciente pode influenciar no comportamento.
Para participar do projeto no HRPT, os pacientes não precisam ter conhecimento em técnicas artísticas. Basta se expressar por meio da arte e estimular o autoconhecimento. Com o intuito de incentivar o hábito, uma exposição foi montada em um dos corredores do Hospital da Transamazônica. Toda semana, a equipe responsável por estimular a produção dos desenhos, recolhe o material e separa para inserir no painel.
A maior parte dos desenhos é feito no próprio leito do paciente. É o caso da Deysianne Mendes. Ela está internada no hospital para tratar cálculos na vesícula. “Eu gosto de desenhar pois sofro de ansiedade por causa do meu problema de saúde e isso me ajuda muito a enfrentar essa situação. Antes eu me sentia triste, passava o dia chorando, preocupada com a minha situação. E hoje não. Fazendo desenhos me sinto mais tranquila”, relatou a paciente.
Assim como a Deysianne, outros 40 pacientes já participaram do projeto. A maioria já teve alta, mas as pequenas obras continuam à mostra nos corredores do hospital.
Texto: Jonas Ribeiro – Ascom/HRPT