Membros do Ministério Público do Estado (MPPA) pediram à Justiça nesta quinta-feira (24) que os policiais denunciados por assassinar dez pessoas na chacina ocorrida no interior da Fazenda Santa Lúcia, município de Pau D’Arco, sudeste do Pará, em maio de 2017, sejam submetidos a julgamento pelo tribunal do júri em Redenção. Os 15 policiais acusados de participar das mortes estão presos. A chacina completa um ano nesta quinta-feira (24).
Os promotores de justiça Alfredo Amorim, José Ilton Lima Moreira Júnior e Leonardo Caldas protocolaram, nesta quinta-feira as alegações finais, em forma de memoriais escritos, na ação penal que trata da chacina. Depois da análise dos elementos informativos e das provas produzidas durante a instrução processual, os promotores concluíram que os denunciados tiveram participação ativa ou foram omissos na ação que resultou na morte das dez pessoas.
Os promotores mencionam, nas alegações finais, que, “ao firmarem um pacto, no sentido de falsear o que teria ocorrido no interior da Fazenda Santa Lúcia, propagando a ideia de que teria havido um suposto confronto e que a reação seria legítima, todos os policiais civis e militares se equipararam, sob o ponto de vista do artigo 29 do Código Penal, concorrendo para o resultado que ali foi praticado”.
De acordo com as investigações, os policiais tinham consentimento do que seria feito na fazenda e efetivamente sobre o que ocorreu, como forma de legitimar a ação realizada, cada qual contribuindo de maneira significativa para as mortes.
O MPPA disse que pretende que sejam julgados pelos crimes de homicídio e constituição de milícia, entre outros, os seguintes denunciados: Carlos Kened Goncalves de Souza, Rômulo Neves de Azevedo, Cristiano Fernando da Silva, Welinton da Silva Lira, Jonatas Pereira e Silva, Rodrigo Matias de Souza, Neuily Sousa da Silva e Valdivino Miranda da Silva Junior, Douglas Eduardo da Silva Luz, Euclides da Silva Lima Junior, Raimundo Nonato de Oliveira Lopes, Adivone Vitorino da Silva, Orlando Cunha de Sousa, Ronaldo Silva Lima, Ricardo Moreira da Costa Dutra, Francisco Ragau Cipriano de Almeida e Uilson Alves da Silva.