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Repórter é detido após ordem de delegada durante programa ao vivo, no Pará

O jornalista Wellington Júnior estava acompanhado do repórter cinematográfico Reginaldo Rodrigues. Eles reportavam da delegacia de São Brás o roubo de uma bicicleta por um trio de criminosos. Sindicato dos Jornalistas do Pará apontou possível restrição à liberdade de imprensa.

Repórter e repórter cinematográfico estavam no pátio da delegacia de São Brás, em Belém, no momento da ocorrência. — Foto: Reprodução / Polícia Civil
Repórter e repórter cinematográfico estavam no pátio da delegacia de São Brás, em Belém, no momento da ocorrência. — Foto: Reprodução / Polícia Civil
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Durante um programa ao vivo, o repórter Wellington Júnior foi detido após uma delegada, identificada como Alice Lang, pedir para a transmissão ser interrompida, em Belém. O caso foi divulgado na sexta-feira (20) pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

O jornalista estava acompanhado do repórter cinematográfico Reginaldo Rodrigues, no Bora Cidade, da RBA TV, afiliada da Band no Pará, no dia 13 deste mês. Eles reportavam da delegacia de São Brás o roubo de uma bicicleta por um trio de criminosos.

Testemunhas informaram que os profissionais estavam no pátio da delegacia, quando a Alice chegou gritando. Ela ordenou que a reportagem fosse encerrada e não cedeu à explicação do repórter de que estava ao vivo.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) detalhou que, como a reportagem não cessou, Wellington Júnior ficou detido no local até que assinasse um termo circunstanciado de desobediência à autoridade policial.

Posicionamento nas redes sociais da Abraji sobre o caso. — Foto: Reprodução / Redes sociais
Posicionamento nas redes sociais da Abraji sobre o caso. — Foto: Reprodução / Redes sociais

Pelas redes sociais, a Abraji informou que cobrou esclarecimentos sobre o caso para a Polícia Civil (PC).

Segundo relatos, o repórter cinematográfico não foi detido, mas Wellington foi, e ficou por duas horas dentro da sala da delegada, até a chegada de um advogado. Além disso, após a ordem, o repórter teria encerrado os comentários sobre o crime e entregou a fala para o apresentador continuar o programa.

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA) repudiou a atitude da delegada.

“O Sinjor-PA entrou imediatamente em contato com o colega por telefone, colocou a assessoria jurídica à disposição para acompanhar o caso e ofereceu apoio no que fosse necessário. Na ocasião, Wellington Jr. informou que a TV RBA garantiu suporte jurídico e agradeceu a solidariedade”, pontuou a organização.

O sindicato comunicou ainda que enviará ofício à empresa solicitando mais informações sobre o ocorrido para acompanhar o andamento do processo e continua à disposição dos trabalhadores.

“Também vai encaminhar ofício à Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup), solicitando explicações, a devida averiguação do fato e a consequente responsabilização da delegada responsável pelo cerceamento do trabalho jornalístico e da liberdade de imprensa”, completou.

O g1 solicitou esclarecimentos da PC e da Segup sobre o caso, assim como o posicionamento da TV RBA acerca da ocorrência, e aguarda retorno.

Fonte: G1 Pará

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