Ribeirinhos que dependem da pesca para sobreviver na abrangência da Volta Grande do Xingu tiveram que sair às pressas das margens do rio, após o nível da água do Rio Xingu começar a subir repentinamente nos últimos dias. Os relatos são de que animais acabaram morrendo.
Um vídeo gravado por uma moradora da região mostra o deslocamento de uma família de pescadores “fugindo” da área alagada. Segundo o relato, o canal estava seco e foi invadido pela água. “Aqui só tinha pedra, ninguém passava por aqui. Agora a água tá colocando a gente pra correr, porque nós estamos com medo”, comentou a ribeirinha.
Segundo pesquisadores ambientais na região, isso ocorre por causa da abertura das comportas da hidrelétrica Belo Monte.
Eles acreditam que essa seria uma manobra para conseguir chegar à vazão do hidrograma provisório imposto pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Como a empresa não teria conseguido reverter a decisão do Ibama, a alternativa foi abrir as comportas para atingir a vazão mensal de 1300m3/s, para não ter que pagar multa. Teriam subido de 1000 m3/s para 2000m3/s de uma hora para outra.
Nota da Norte Energia
A Norte Energia, empresa responsável pela Usina Hidrelétrica Belo Monte, informa que, em atendimento aos requisitos regulatórios, foi necessário aumentar gradual e temporariamente o escoamento de água à jusante da barragem de Pimental, por meio de suas seis turbinas da Casa de Força Complementar, a fim de compatibilizar a vazão destinada à Volta Grande do Xingu com a geração de energia do empreendimento.
A empresa acrescenta que o vertedouro da Usina permanece com suas 18 comportas fechadas e que o nível do rio atualmente observado na Volta Grande do Xingu é correspondente ao nível registrado na região nesta época do ano, em período anterior à implantação de Belo Monte.
A Norte Energia informa ainda que mantém comunicação constante com as comunidades da Volta Grande do Xingu por meio da divulgação de informes pelo sistema de radiofonia do Programa de Comunicação Indígena, emissoras de rádios locais e contatos com as lideranças comunitárias.
Fonte: Portal Roma News