A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (6/12) em Santarém, no oeste do Pará, a Operação Retomada II, com o intuito de desarticular uma organização criminosa responsável pelo maior desmatamento já registrado no bioma amazônico.
A operação visa combater fraudes relacionadas à invasão e desmatamento de terras da União, resultando na grilagem de aproximadamente 22 mil hectares, muitos deles destinados à criação de gado.
Onze mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos estados do Pará e Mato Grosso, tendo como alvo engenheiros, empresários e servidores públicos do Pará, além de uma família de agropecuaristas que possivelmente faz parte da organização criminosa.
Duas empresas de regularização fundiária foram alvo da operação, juntamente com o escritório de uma advogada suspeita de ter acesso privilegiado a autuações e embargos promovidos por uma autarquia ambiental federal.
As investigações revelaram que as empresas, por meio de sócios e funcionários, teriam fraudado cadastros de áreas públicas da União, inserindo dados falsos em sistemas e falsificando documentos. Além disso, os funcionários das empresas estavam envolvidos no planejamento e acompanhamento em tempo real do desmatamento.
A advogada em questão é também alvo de investigação por supostamente negociar o pagamento de propina a servidores públicos estaduais que teriam flagrado atividades ilegais de desmatamento.
A Justiça Federal determinou o bloqueio de aproximadamente R$ 116 milhões, nove imóveis, além do afastamento dos servidores públicos e da advogada das funções. Cerca de 80 policiais participaram da operação.
Segundo a PF, em agosto de 2023, foi deflagrada a primeira fase da Operação Retomada, com mandados de busca e apreensão de veículos, aproximadamente 20 imóveis, 11 fazendas, e a indisponibilidade de 10 mil cabeças de gado nos municípios de Novo Progresso (PA) e Sinop (MT).