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Saúde confirma esforço para vacinar adultos até setembro

Foto: Divulgação
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse ontem (21) que toda a população brasileira adulta, pessoas com 18 anos ou mais, receberá ao menos a 1ª dose da vacina contra a covid-19 até setembro. A declaração foi feita durante depoimento à comissão temporária do Senado que analisa medidas de enfrentamento à crise da covid-19 e aponta uma mudança repentina no discurso. Até então, o ministro vinha falando apenas em imunizar toda a população até o fim do ano, sem especificar se seria com uma ou duas doses.

A previsão até setembro sempre foi uma bandeira dos governadores que correm para tentar antecipar o calendário de vacinação contra a Covid. O próprio governador Helder Barbalho, anunciou essa meta de vacinar toda a população adulta do Pará contra a covid-19 até setembro deste ano, no dia 8 de junho.

“Queria dar uma excelente notícia: estamos analisando o cronograma de entregas de novas doses de vacinas contra o coronavírus para estimar em até que prazo vamos vacinar toda a população adulta no Pará. E queria anunciar que até o final de setembro deste ano de 2021, todos os paraenses, de 18 anos para mais, estarão vacinados com a primeira dose. É uma conquista fundamental para salvar a vida da população”, disse o governador, naquela data, pelas redes sociais.

Na semana passada foi a vez do governador de São Paulo, João Doria, dizer ter a meta de vacinar todos os residentes do Estado com até 18 anos até 15 de setembro com ao menos uma dose. Os esforços e promessas dos governadores e prefeitos de antecipar a campanha de imunização têm elevado a pressão sobre o governo federal. Diante deste quadro, Queiroga não hesitou quando foi cobrado pelos senadores sobre um cronograma para a vacinação de toda a população adulta, neste momento que o Brasil ultrapassou meio milhão de mortos pela doença.

“Pelo ritmo que nossa campanha vem adquirindo nas últimas semanas, já é possível antever que toda a população acima de 18 anos pode ser imunizada com uma dose até setembro, e pelas 600 milhões de doses que já dispomos, é possível antever que tenhamos toda a população acima de 18 anos vacinada até o fim do ano de 2021. Consideramos, dentro das condições da carência de vacinas do mundo, uma meta bastante razoável”, afirmou o ministro.

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Otavio Moreira da Cruz, complementou a fala do ministro, de que a estimativa agora é de “aplicação de 41 milhões de doses em julho, 60 milhões em agosto e 60 milhões em setembro.”

Só ciência indicará necessidade de revacinação, diz ministro

O ministro Marcelo Queiroga foi questionado por senadores sobre notícias segundo as quais o Ministério da Saúde estaria preocupado com a baixa eficácia da vacina CoronaVac na população idosa, e se haveria a necessidade de revacinação dessa faixa etária.  O ministro afirmou que a necessidade de uma eventual revacinação, em qualquer faixa etária ou grupo da população, precisa ser esclarecida por estudos científicos cujas respostas só devem estar prontas no ano que vem.

“Pesquisas estão em encaminhamento. E o que o Ministério da Saúde tem que fazer é se programar para ter vacinas disponíveis para aplicar, num curto espaço de tempo, no ano de 2022, se for o caso”, disse. Ele citou um estudo em andamento na cidade de Serrana (SP), cuja população foi toda vacinada com a CoronaVac. O ministro negou haver desconfiança em relação ao imunizante.  “O fato é que essa vacina tem sido útil para o Plano Nacional de Imunização, e essa é a posição oficial do Ministério da Saúde, até que exista algum dado científico que faça com que nós tenhamos uma posição diversa”, acrescentou Queiroga.

Marcelo Queiroga ainda negou informação veiculada na imprensa de que haveria a intenção de retirar a CoronaVac do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Não há nenhum tipo de mudança de estratégia do Ministério da Saúde em relação a esse imunizante. Temos tratado de maneira muito fluida com o dr. Dimas Covas [diretor do Instituto Butantan], fizemos reuniões com o embaixador da China. O que há é que ela não tem ainda o registro definitivo da Anvisa. Isso não se deve a nenhum tipo de ação do ministério. Como esse assunto é de grande interesse, há uma série de comentários nas mídias, mas o fato é que essa vacina tem sido útil. Essa é a posição oficial do Ministério da Saúde até que exista algum dado científico que faça com que tenhamos uma posição diversa”, disse.

Queiroga anuncia a chegada de 1,5 milhão de vacinas da Janssen nesta terça-feira

Queiroga anunciou a chegada nesta terça-feira (22), no aeroporto de Guarulhos (SP), do primeiro lote de 1,5 milhão de vacinas da Janssen, que imunizam em dose única. Será o quarto tipo utilizado no PNI, depois das vacinas CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer. O ministro também prometeu o aumento da testagem da população, reconhecendo que até agora o Brasil “testou pouco”. A testagem em grande escala permite identificar casos assintomáticos e tomar medidas de isolamento, reduzindo a transmissão do vírus.

“A política do Ministério da Saúde tem dois pilares: os testes na atenção primária, dedicados aos pacientes sintomáticos; e os testes em ambientes de grande circulação, a exemplo de metrô, rodoviárias e aeroportos, para aqueles assintomáticos. Já distribuímos mais de 3 milhões de testes rápidos, e estamos em tratativas para aquisição de mais 10 milhões. Nosso objetivo é testar até 20 milhões todos os meses”, explicou.

Queiroga lembrou que já foram adquiridos mais de 630 milhões de doses, das quais mais de 120 milhões foram distribuídos. Segundo ele, já existe capacidade para ministrar 2,4 milhões de vacinas diárias, “desde que tenhamos doses suficientes”. A senadora Zenaide Maia (PROS-RN) ressalvou, porém, que apenas 12% da população brasileira foi efetivamente imunizada com duas doses. Styvenson Valentim (Podemos-RN), vice-presidente da comissão, lembrou o caso do Chile, onde o número de casos voltou a crescer, mesmo com quase metade da população imunizada.

Entre as outras ações da pasta, Queiroga citou estudos que monitoram a prevalência das diversas variantes do vírus e as ações da pasta para habilitar um número maior de leitos hospitalares e distribuir kits de intubação e oxigênio.

Investigação

O ministro Marcelo Queiroga ainda recebeu a solidariedade dos senadores governistas Marcos do Val (Podemos-ES), Espiridião Amin (PP-SC) e Soraya Thronicke (PSL-MS) que lamentaram que a CPI da covid o tenha colocado sob a condição de investigado. “A história vai classificar este pecado de submeter o ministro da Saúde, em pleno exercício da sua missão, à condição de investigado, como quinta-colunismo”, disse Amin, usando expressão associada à sabotagem.

O ministro agradeceu o apoio dos senadores. “Estou fazendo minha parte: ajudar o Brasil a superar essa crise sanitária. Nunca ninguém me deu uma oportunidade como essa que o presidente Bolsonaro me deu. Nunca pensei que fosse fácil. Seremos vitoriosos contra o nosso único inimigo, que é o vírus”, alegou.

Ministro acredita em volta das aulas no segundo semestre

O ministro Marcelo Queiroga disse acreditar que é possível a volta às aulas na rede pública já no segundo semestre, mesmo que nem todos os profissionais da educação estejam vacinados. “No meu entender podemos compatibilizar o retorno das aulas com a identificação dos casos positivos. Temos uma reunião com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, para tratar do assunto”, disse.

Os senadores Confúcio Moura (MDB-RO), presidente da comissão, e Flávio Arns (Podemos-PR) expressaram ainda preocupação com o grande número de gestantes internadas com Covid. O ministro lembrou que a ocorrência de um “evento adverso” levou à suspensão do uso da vacina AstraZeneca em gestantes, retardando a imunização desse subgrupo. Queiroga disse que a melhora na distribuição da vacina da Pfizer vai permitir imunizar mais rapidamente as grávidas.

“Essa questão das gestantes é um tema muito sensível, até porque envolve duas pessoas, a mãe e o feto. O Brasil, nesta segunda onda, estava com um número elevado de óbitos em gestantes. As gestantes com comorbidades estão sendo imunizadas com a Pfizer e a Coronavac. Os estados e municípios têm dado preferência ao emprego da vacina Pfizer, que, após modificações regulatórias, teve o problema da cadeia de frio parcialmente resolvido [a vacina da Pfizer precisa ser armazenada em temperatura inferior às demais], o que permite seu uso mais capilarizado por todo o Brasil”, disse.

Rosa Weber suspende convocação de governadores pela CPI da Covid

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar, nas próximas quinta e sexta-feira, a decisão da ministra Rosa Weber que liberou governadores de prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Em decisão tomada no inicio da noite de ontem em um pedido coletivo dos chefes do Executivo estadual, Weber determinou que eles só podem ser convidados a falar à comissão, voluntariamente, mas não podem ser obrigados a comparecer.

Weber, porém, pediu que o caso seja levado a análise de todos os colegas por meio do plenário virtual. Nesta modalidade de julgamento, os ministros depositam seus votos diretamente no sistema do tribunal, sem necessidade de uma sessão presencial. Segundo a assessoria do STF, o julgamento será aberto à meia-noite do dia 24 e terminará às 23h59 do dia 25.

Se a maioria da Corte for contrária ao entendimento de Weber, as audiências com os governadores estarão novamente autorizadas. Os governadores já estavam com depoimentos agendados a partir do dia 29 de junho. As audiências, agora suspensas, foram pedidas pelos senadores para esclarecer indícios de desvios de verba destinada à saúde nos estados durante a pandemia. Vários governos estaduais já foram alvos de operações da PF (Polícia Federal) nesse sentido.

Em seu despacho, a ministra deu razão ao argumento dos governadores de que a convocação “excedeu os limites constitucionais inerentes à atividade investigatória do Poder Legislativo”. Weber viu, ainda, “possível violação do princípio da separação dos poderes e da autonomia dos Estados-membros”. No início do mês, Weber já havia concedido um habeas corpus ao governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), permitindo que ele faltasse ao depoimento.

Outro que recebeu permissão da ministra para não falar à CPI foi Wilson Witzel, ex-governador do Rio de Janeiro. Apesar do aval, Witzel foi à comissão, mas recorreu ao direito ao silêncio e abandonou a audiência antes do fim.

Fonte: O Liberal

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