A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) já iniciou o ano letivo nas casas penais. Devido à pandemia de Covid-19, as aulas nas unidades foram suspensas para manter a saúde no sistema prisional. Enquanto os professores não retomam as atividades presenciais, a Seap, por meio da Diretoria de Reinserção Social (DRS), iniciou as aulas na última segunda-feira (8) com os custodiados monitores que fazem parte do projeto de erradicação do analfabetismo. O início das aulas nas unidades penitenciárias vinculadas às redes municipais ainda não foi definido.
O projeto de erradicação utiliza o método do Instituto Brasileiro de Educação e Meio Ambiente (Ibraema) e beneficia muitos alunos custodiados, que têm acesso à educação. Os monitores custodiados com alguma formação ensinam outros apenados a ler e escrever. Agora, eles estão ajudando no retorno às aulas na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
As unidades que retomaram as aulas são o Centro de Recuperação do Coqueiro (CRC), Centro de Recuperação Feminino (CRF), Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (Cpasi), Hospital Geral Penitenciário (HGP), centrais de Triagem Metropolitana II, III e IV; centros de Recuperação Penitenciário do Pará II, III, IV e V, e os presídios Estadual Metropolitano I, II e II, ambos localizados na Região Metropolitana de Belém.
No interior, as aulas estão sendo ministradas na Central de Monitoração Eletrônica de Marabá (CTMM); no Centro de Reeducação Feminino de Marabá; na Central de Triagem Masculina de Santarém (CTMS) e no Centro de Recuperação Feminino de Santarém (CRFSTM).
Euforia – Todos os protocolos de combate à Covid-19 estão sendo seguidos. No Presídio Estadual Metropolitano II (PEM II), por exemplo, onde são custodiadas 393 pessoas, 200 estão em atividades educacionais e 50 trabalham. Karen Monteiro, técnica de Reinserção Social do PEM II, explicou como ocorreu a volta às aulas na unidade. “Os internos estavam eufóricos com o início das aulas porque, no ano passado, eles ficaram parados. A Seduc (Secretaria de Estado de Educação) disponibilizou materiais didáticos e os alunos estão tendo aula com os monitores do Ibraema porque os professores ainda não foram liberados. O retorno foi muito bom”, afirmou.
Segundo o monitor de Educação e custodiado do PEM II, Renato Gemaque, que auxilia o ensino nas salas de aula há cerca de dois anos, “é uma grande responsabilidade e tem sido construtiva, pelo fato de estar aprendendo muito mais do que ensinando. A educação é uma porta que se abre para eles saírem do crime e das celas, e ajuda na ressocialização”.
Fonte: Agência Pará