Pacientes que procuraram atendimento nos hospitais públicos de Belém na manhã desta sexta-feira (22) tiveram de voltar para casa. É que em dia de jogo do Brasil, foi decretado ponto facultativo em vários setores do estado. A situação foi frustrante principalmente para quem veio do interior do estado e tinha consultas e exames marcados.
Até pacientes com dor não receberam atendimento, porque nenhum médico apareceu ao Hospital Ophyr Loyola.
Com fortes dores provocadas por um câncer no fígado, o paciente Elielson da Silva veio de Tailândia, sudeste do estado. Mal conseguia falar e se revoltou. “É difícil. Não consigo nem acreditar!”, disse o jovem de 27 anos. A consulta dele foi remarcada só para o mês seguinte.
Em uma van que veio de Colares, no nordeste do estado, os pacientes que fazem parte de um programa de tratamento fora de domicilio (TFD) também tiveram de voltar para casa sem previsão de retorno. “Tem uma menina que está com uma cirurgia pra fazer e ela chega aqui e dá com a cara na porta. Isso ai é falta de ética deles!”, avaliou a paciente Heloisa Barata.
O motorista mostrou a listagem dos hospitais por onde passou nesta sexta-feira: foi à Unidade de Referência Materno Infantil (Uremia), na Alcindo Cacela, onde os portões estavam trancados, á Santa Casa, onde servidores informaram que só estavam funcionando os setores de hemodiálise e urgência e emergência e também a uma unidade de saúde na Nazaré.
Em nota, a direção da Santa Casa informou que somente o setor administrativo e o ambulatório, onde são marcadas as consultas, não funcionaram nesta sexta-feira devido ao ponto facultativo definido pelo governo do estado nos dias de jogos da seleção brasileira. Os demais setores do hospital funcionaram normalmente incluindo a maternidade.
A direção da Uremia esclareceu que não funciona em caráter de atendimento de urgência. A unidade atende demandas para agendamento de consultas e exames dentro do seu perfil. A direção ressaltou que articula medidas para informar os pacientes sobre possíveis imprevistos ainda em tempo. A Uremia informou que os pacientes desta sexta-feira serão prioridade para reagendamento breve.
A reportagem pediu esclarecimentos também ao hospital Ophir Loyola, mas não recebeu resposta.