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Sespa afirma que há vacinas suficientes para qualquer etapa de imunização no Pará

Em meio a debates sobre a quarta onda da pandemia da covid-19 em algumas regiões do mundo, especialistas da área da saúde alertam sobre a importância de acelerar a cobertura vacinal

Foto: Agência Brasil
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Em meio a debates sobre a quarta onda da pandemia da covid-19 em algumas regiões do mundo, especialistas da área da saúde alertam sobre a importância de acelerar a cobertura vacinal para quem ainda não recebeu as duas primeiras doses e a dose de reforço da vacina. No Pará, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) afirmou nesta terça-feira (23) que o quantitativo de imunizantes distribuídos aos municípios é suficiente para seguir com a campanha. 

“Há vacinas suficientes para a imunização de qualquer etapa da vacinação contra a covid-19, primeira, segunda ou dose de reforço. Os municípios estão abastecidos e é necessário que deem vazão a esses imunizantes com ações de estímulo para a população que tem diminuído a procura aos postos”, informou, em nota.

Com a nona maior população do Brasil — 8.702.353 habitantes —, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Pará registra uma população vacinável estimada em 7.468.272 pessoas. De acordo com o vacinômetro estadual, com atualização até as 14h desta terça-feira (23), o Pará já recebeu 13.006.075 doses do Ministério da Saúde. Desse total, 12.654.149 já foram enviadas aos municípios, correspondendo a 97,29% de repasse.

Já foram aplicadas 8.995.987 doses. O vacinômetro aponta que 5.253.722 pessoas tomaram a 1ª dose (cobertura de 70,35% da população vacinável), 3.484.954 já tomaram as duas doses ou a dose única (cobertura de 46,66%) e 257.311 receberam a 3ª dose (cobertura de 3,45%).

O infectologista Lourival Marsola, de Belém, avaliou que o percentual correspondente à quantidade de pessoas que tomaram as duas doses no Pará ainda é muito baixo. “Temos que considerar que a cobertura vacinal no Pará ainda está bem aquém da meta mínima de 70% de pessoas completamente vacinadas. Somente poderá ser vacinado com a 3ª dose quem já tomou a 2ª. Cabe ao Pará buscar estratégias junto aos municípios”, sugeriu.

“Esse é um pacto que tem que envolver União, Estados e Municípios. O Governo do Estado precisa viabilizar uma maneira de ampliar essa cobertura ainda baixa em algumas regiões. A 3ª dose chega num momento ideal, mas é fundamental que, antes de pensar nela, a gente amplie a cobertura vacinal com pelo menos duas doses”, detalhou o especialista.

Ele frisa a importância do reforço. “A 3ª dose, que é um reforço, vem de encontro à necessidade de ser realizada uma vacinação após cinco meses, que é o padrão mais recente do Ministério da Saúde. Mas, na maioria dos estudos, a partir de seis meses, quando há um início de queda no nível de anticorpos e, consequentemente, a possibilidade de novas infecções”.

Quarta onda

Na última segunda-feira (22), a diretora-geral adjunta de acesso a medicamentos e produtos farmacêuticos da Organização Mundial da Saúde (OMS), a médica brasileira Mariângela Simão, disse que o mundo está entrando em uma quarta onda da pandemia. A declaração foi dada na conferência de abertura de um evento realizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco).

Ela sinalizou que, na região das Américas, há uma transmissão comunitária continuada, com pequenos picos, enquanto a Europa está entrando de novo em uma ressurgência de casos. A médica não fez previsões específicas para o Brasil, que tem assistido nas últimas semanas a uma queda sustentada de internações e mortes, além de ver avanço significativo na vacinação. Entretanto, comentou que a realização do Carnaval pode ser “extremamente propícia para o aumento da transmissão comunitária” no país.

O novo aumento no número de casos na Europa, principalmente na área do leste europeu, onde está localizada a Rússia, Polônia e outros países, apresentam as menores taxas de vacinação, conforme observou o infectologista Lourival Marsola. 

“Essa nova onda, que vem batendo picos de casos, tem relação direta com a baixa cobertura vacinal, mesmo com a Rússia tendo uma vacina disponível. A população não tem o hábito de se vacinar e a cobertura vacinal é baixa nesses países. Mesmo em outros países da Europa, a onda de novos casos vem sendo chamada de onde dos não vacinados, porque os casos de hospitalização são, em maioria, de pessoas que não tomaram nenhuma dose ou que estão com o esquema vacinal completo”, explicou.

O maior problema desses casos na Europa e outras regiões, segundo o especialista, é que não há como sair da pandemia se algumas partes do mundo ainda estiverem com cobertura vacinal inadequada, vivendo novas ondas.

“Outro ponto a ser considerado é a possibilidade de surgimento de novas variantes. Tem risco de variante com maior transmissibilidade que a Delta, que é a variante que domina na Europa. E colocando em cheque nosso processo de vacinação, já que essas variantes mais contagiosas driblam o sistema imunológico, mesmo nas pessoas vacinadas”, finalizou Lourival Marsola.

Fonte: O Liberal

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