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Sespa recomenda máscaras profissionais apenas para pessoas sintomáticas

Foto: Divulgação
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A segunda onda da pandemia de coronavírus tem feito alguns países europeus recomendarem o uso de máscaras profissionais e desaconselhado o uso de máscaras caseiras.

França e Reino Unido já demonstraram preocupação com as novas variantes do covid-19 e decidiram iniciar campanhas pela utilização de máscaras hospitalares, como a N-95.

Em Belém, as máscaras caseiras, produzidas por costureiras na maioria das vezes, seguem como adereço obrigatório pelas ruas da cidade. O infectologista Lourival Marzola afirma que três questões devem ser observadas ao se falar de máscaras: o tipo, a forma de usar e os cuidados com o material.

“A máscara precisa seguir as orientações da Anvisa. O modelo está disponível no site do Ministério da Saúde. Precisa ter camadas adequadas, tecido adequado e uma camada de filtro. Também deve sempre cobrir nariz e boca e tem que ter uma vedação mínima da face, com laterais adequadas ao rosto. Nem sempre a máscara adere bem ao rosto, o que prejudica a vedação”, lembra ele, ao falar sobre as máscaras que ficam frouxas por conta do desgaste do elástico.

Lourival reitera que a troca da máscara a cada duas horas é indispensável, bem como carregar duas embalagens de máscaras na bolsa ou mochila: uma para as máscaras usadas e outra para as máscaras limpas. A embalagem também vale para o momento das refeições, para evitar deixar a máscara desprotegida na mesa ou no bolso.

“A máscara caseira só foi recomendada por não termos máscaras profissionais para todo mundo, mas seria o ideal. É o que temos agora. A principal finalidade da máscara não é de barreira, é de filtragem. Se você não usar material adequado, permitindo o ar entrar por algum lado, o vírus pode entrar pela mucosa do nariz. Usar máscaras não validadas é um risco”, afirma.

O infectologista aconselha que pessoas que tenham contato com alguém doente em casa, mesmo que seja só uma suspeita de infecção pelo vírus, usem máscara profissional. Fora desses casos, tanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) quanto o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) recomendam as máscaras caseiras.

A Sociedade Brasileira de Infectologia avalia que as máscaras de tecido industrializado tendem a ser mais seguras, afinal, passam por diversos processos de garantia de qualidade que são acompanhados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

As máscaras caseiras devem ser feitas sempre com tecidos hidrofóbicos (avessos à água), como o TNT e o poliéster. Para as máscaras de algodão, o recomendável é que elas tenham várias camadas.

Geovana Reis é estudante e diz já estar acostumada com a máscara. Só tira dentro de casa. Quando ela está em ambiente com muitas pessoas, diz se sentir mais segura com o material no rosto.

“Eu tenho uma quantidade [de máscaras] suficiente para estar sempre trocando. Chego em casa e lavo com água e sabão na mesma hora. Eu sempre tenho uma na bolsa. Quando vejo muitas pessoas sem máscara, fico indignada, mas estando de máscara, não me sinto insegura”, afirma ela, que considera o preço do item acessível, por se tratar de um gasto com a saúde.

Vendendo diversos produtos na barraca dele na avenida Almirante Barroso, o ambulante William Gomes conta que a máscara de tecido com três camadas são as mais procuradas. Elas custam cinco reais – bem mais baratas que as N-95, que podem passar dos trinta reais. William possui três máscaras de pano, que ficam em sacos plásticos com ele durante o expediente.

“Caiu mais um pouco o movimento, acho que por causa da vacina. Essas aqui [de poliéster] são menos procuradas, mas é o mesmo preço. Quando vejo alguém sem máscara aqui perto, já ofereço, digo que está barato, para aproveitar. Ainda vejo muita gente vacilando por aí, sem se proteger”, lamenta.

Apesar da percepção diária de William, uma pesquisa do instituto Datafolha publicada em agosto de 2020 estima que 92% da população diz usar máscara sempre, mas nem sempre vê os outros ao redor utilizando o item.

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) disse em nota que segue as normas técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária que determinam que pessoas assintomáticas devem usar máscaras de tecido e pessoas sintomáticas devem usar máscaras cirúrgicas e que por enquanto a Agência não registrou evidências que justifiquem a alteração na recomendação.

Já a Secretaria de Estado de Planejamento e Administração, também em nota, afirma que o programa “Máscara Para Todos” foi executado entre os meses de abril a junho de 2020, com a distribuição de mais de 333 mil máscaras de tecido para a população paraense, que foram produzidas por 222 microempreendedores locais, inscritos em editais públicos. Se houver necessidade, uma nova chamada poderá ser realizada.

Fonte: O Liberal

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