A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) alerta para a importância de pais e responsáveis cumprirem o Calendário Básico de Vacinação das crianças desde o nascimento. No caso do sarampo, por exemplo, o Brasil perdeu o Certificado de Eliminação da Circulação do Vírus do Sarampo, concedido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2016, devido principalmente à baixa cobertura da imunização contra o sarampo na rotina, que deve ser de 95%. E isso vale para todas as doenças imunopreveníveis no país, entre as quais poliomielite e caxumba.
De acordo com a diretora do Departamento de Epidemiologia da Sespa, Ana Lúcia Ferreira, os dados registrados no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SIPNI) de 2018, na rotina de vacinação com tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) em crianças com um ano de idade, o Pará alcançou uma cobertura de 74,64% na primeira dose e de 57,74%, na segunda dose. “Agora, em 2019, a cobertura da primeira dose está em 17,49%, e a da segunda em 17,23%, o que nos deixa preocupados”, frisou a diretora.
Para reverter esse quadro preocupante, o Estado, por meio da Sespa, tem trabalhado, principalmente nos municípios da região oeste, como Santarém, Prainha e Monte Alegre. Entre as ações executadas, merecem destaque a publicação de notas informativas semanais sobre a situação epidemiológica do sarampo no Estado; bloqueio vacinal de pessoas que tiveram contato com casos suspeitos de sarampo; manutenção da rotina da vacinação; plano de ação para interrupção da transmissão da doença em conjunto com a Atenção Primária, Imunização, Vigilância Epidemiológica e Laboratório Central do Estado.
Também são realizadas reuniões com a equipe técnica dos Centros Regionais de Saúde (CRSs) e municípios de abrangência, para busca ativa nos municípios com aparente falta de registro de casos suspeitos de sarampo, como Alenquer e Oriximiná (9º CRS), Cametá (13º CRS), São Miguel do Guamá, Irituia e Paragominas (5º CRS).
Em 2019, até 16 de maio foram confirmados no Brasil 97 casos de sarampo, sendo quatro no Amazonas; um em Roraima; 30 em São Paulo; três em Santa Catarina; dois no Rio de Janeiro; quatro em Minas Gerais e 53 no Pará, onde nove casos ainda permanecem em investigação.
O município de Prainha apresentou o maior número de notificações, com 70 casos suspeitos, dos quais 39 foram confirmados até o momento. Os casos de Prainha estão vinculados ao município de Santarém, que por sua vez tem relação com o Estado do Amazonas.
Recomendações – A população deve procurar uma unidade de saúde caso apresente sinais e sintomas de sarampo; procurar as salas de vacina para atualização do calendário vacinal e/ou se imunizar contra o sarampo. Em caso de viagem para municípios, estados ou países que registrem casos de sarampo, é preciso regularizar a situação vacinal antes de viajar.
Os profissionais de saúde devem notificar imediatamente às secretarias municipais de Saúde todo caso suspeito de sarampo, independentemente da idade e da situação vacinal do paciente que apresentar febre e exantema maculopapular (área vermelha e plana na pele com pápulas pequenas e confluentes), acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite; ou todo indivíduo suspeito com história de viagem ao exterior e aos estados com casos confirmados nos últimos 30 dias, ou de contato com casos confirmados, no mesmo período; coletar amostra para sorologia e biologia molecular no primeiro contato com o paciente, e investigar imediatamente a ocorrência de outros casos suspeitos.
Por Roberta Vilanova, site Agência Pará