A nova solução para a segurança da ponte possibilitou dois novos canais de navegação, com 134 metros de largura cada um, que permitem uma navegação adequada aos comboios de balsas. A segurança desse trecho está garantida com a instalação de três defensas flutuantes (denominadas dolfim) para proteção das fundações, altamente resistentes a grandes impactos.
Segundo o titular da Setran, Pádua Andrade, as defensas foram construídas com um casco de aço anelar, segmentos estanques e seção transversal tubular de 3 x 4 metros, que envolvem os blocos de fundação, alcançando 57 metros no diâmetro maior da elipse e 36 metros no diâmetro menor. O anel de aço está revestido com placas de concreto pré-fabricado, para absorver a energia de impacto correspondente a uma força estática de até 28 MN (Mega Newton) ou 2.800.000 kgf, resultantes de impactos dos comboios de balsas viajando em velocidades de 10 nós (20 km/h).
Os segmentos estanques das defensas visam impedir o afundamento imediato diante dos impactos de balsas, possibilitando a reparação imediata, em tempo suficiente para garantir a segurança dos apoios da ponte.
A decisão da construção dessas defensas flutuantes considerou a garantia que nenhuma balsa ou comboio de balsas possa atingir os pilares diante de um acidente, pois as defensas mantém a mesma altura de flutuação e com sua forma contínua manterão a proteção dos apoios mesmo com a danificação após o impacto. “Todas as quatro pontes da Alça Viária terão o mesmo sistema de defensas, que impedirá que novos acidentes, como o que derrubou a ponte rio Moju e danificou a ponte Moju Cidade, voltem a acontecer. Essa é uma determinação do governador Helder Barbalho para garantir a segurança do complexo viário da PA 483”, disse Pádua
Relembre o caso
A ponte rio Moju teve 268 metros demolidos em 6 de abril passado após o impacto de uma embarcação clandestina que navegava no local. A ponte está sendo reconstruída em um prazo recorde de pouco mais de sete meses, fazendo a religação da principal alça rodoviária do norte do Brasil. A ponte Rio Moju faz parte do complexo de 4 pontes da Alça Viária da região Metropolitana de Belém, que liga Belém (capital do Estado) ao Sudeste do Estado.
Grande desafio
A obra de reabilitação da ponte Rio Moju enfrentou muitos desafios desde abril, quando foi derrubada. A solução de engenharia para a reabilitação da alça viária para atender a exigências de navegação da região foi a construção de um trecho estaiado de 268 metros de comprimento, com um mastro central que suporta o tabuleiro com 40 cabos estais, com cordoalhas de aço de alto desempenho.
A obra de reconstrução da ponte iniciou em 20 de junho, pois o grande desafio para início da obra foi a limpeza dos escombros do fundo do Rio Moju, necessária para a cravação das 45 estacas metálicas de 1,2 metro de diâmetro, a 55 metros de profundidade no fundo do rio para suportar o mastro da ponte, com 95 metros de altura.
Fonte: DOL