Uma pessoa suspeita de tentar impedir os trabalhos da operação Muiraquitã, contra garimpos ilegais, dentro da Terra Indígena Kayapó no Pará foi presa nesta sexta-feira (27). Segundo a Polícia Federal, ela estaria envolvida na organização do bloqueio da rodovia PA-287 para impedir a passagem de comboios de órgãos federais.
O preso e mais duas pessoas são “apontadas como ‘lideranças da atividade criminosa de depredação do patrimônio público’ com o objetivo de impedir e/ou dificultar a operação”, informou a Polícia Federal.
Há também elementos de crimes de sabotagem e incêndio. A PF não confirmou, no entanto, se os suspeitos de organizarem o bloqueio seriam ou não garimpeiros e se também estariam envolvidos nas irregularidades constatadas na área indígena.
Eles foram alvo de seis mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira. Na casa de um deles, a Polícia Federal encontrou armas e ouro que resultou na prisão em flagrante em Cumaru do Norte, no Sul do Pará. As investigações continuam em andamento.
A ação desta sexta (27) visa apurar o envolvimento dos três no bloqueio que ocorreu por garimpeiros entre segunda (23) e terça-feira (24). Duas pontes foram queimadas e um buraco foi feito na rodovia com retroescavadeira. O objetivo do grupo era impedir que comboios das Forças Armadas, que auxiliam na Operação Muiraquitã 2, passagem pelo local.
O bloqueio afetou o acesso à cidade por mais de 24 horas e a prefeitura de Cumaru do Norte precisou fazer desvios com terra para restabelecer o fluxo de veículos. As pontes vão precisar ser reconstruídas.
Apesar do transtorno no local, não houve registro de conflito e os comboios passaram por uma rota alternativa, segundo a Polícia Federal.
A operação “Muiraquitã 2” paralisou as atividades de garimpos clandestinos e apreendeu maquinários. Duas pessoas também foram resgatadas de situação análoga à escravidão.
Mais de 200 profissionais participaram das ações, entre Polícia Federal, Forças Armadas, da Força Nacional de Segurança Pública, Defensoria Pública da União, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Trabalho (MPT). A primeira fase desta operação ocorreu em 2018.
A operação Muiraquitã 2 ocorre paralelamente a outra ação federal, a operação Samaúma, que está há dois meses com militares das Forças Armadas na região sul e sudeste do Pará, áreas de alto índice de desmatamento, em ações da Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para reprimir crimes ambientais na Amazônia Legal, incluindo combate a garimpos ilegais dentro de terras indígenas.
Por G1 PA