Uma tartaruga-da-amazônia foi resgatada e libertada no Refúgio de Vida Silvestre Tabuleiro do Embaubal, em Senador José Porfírio, no fim de semana. O número é pequeno, mas o significado é grande: o animal havia sido o único enredado em uma armadilha ilegal com 168 anzóis, a qual foi apreendida na Unidade de Conservação antes que capturasse mais tartarugas. A apreensão foi feita pela equipe do Batalhão de Política Ambiental (BPA) e pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-bio), que fazem a fiscalização e o monitoramento frequente da área.
Entre os meses de setembro e novembro, diversas espécies de tartaruga escolhem a região do Tabuleiro do Embaubal para a desova. São milhares de animais que vem de diversas regiões do estado para esconder seus ovos na areia das praias do rio Xingu, no sudeste do Pará. A gerente da Região Administrativa do Xingu (GRX/Ideflor-bio), Maria Bentes, conta que as tartarugas têm uma espécie de memória que as faz voltar anualmente ao lugar em que nasceram para colocar seus ovos.
São três espécies principais de tartarugas que ocorrem no Tabuleiro do Embaubal: as tartarugas-da-amazônia (Podocnemis expansa), as pitius (Podocnemis sextuberculata) e os tracajás (Podocnemis unifilis). Esses animais fazem ninhos na areia onde colocam os ovos, os quais ficam enterrados até a eclosão. As tartarugas-da-amazônia, espécie mais abundante, põem cerca de 80 ovos. A eclosão acontece entre dezembro e janeiro. “Em anos passados, mais de 30 mil ovos já chegaram a eclodir em um único dia”, conta Maria Bentes.
Durante o período de desova e eclosão das tartarugas, a fiscalização da área, já realizada frequentemente, é intensificada. Ainda segundo Maria Bentes, é preciso garantir que caçadores clandestinos não capturem os animais durante a migração, antes da desova e depois da eclosão, ou mesmo que peguem os ovos que estão enterrados.
Para isso, além da fiscalização presencial, equipes do Ideflor-bio e do BPA também fazem a marcação e o monitoramento dos ninhos feitos pelas tartarugas. Com essas marcações, é possível acompanhar o processo de eclosão dos ovos e ajudar na sobrevivência dos animais até chegarem ao rio.
Por: Agência Pará