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Taxa de endividamento no Pará encerra agosto em 70,6%

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A taxa de endividamento no Pará, no mês de agosto, ficou em 70,6%, conforme dados Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Pará (Fecomércio-PA), com base na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Os números enviados ao Jornal O Liberal mostram pequena queda em comparação as duas últimas pesquisas, de julho e junho, quando a taxa ficou em 72,4% e 73,7%, respectivamente, no Estado. Por outro lado, apontam o aumento no percentual de famílias endividadas na comparação com agosto do ano passado, quando o resultado ficou em 58,26%. O percentual do Pará, no último mês, também ficou acima da média nacional, que foi de 67,5%,

Assessora econômica da Fecomércio, Lúcia Cristina de Andrade observa que desde abril, quando a taxa de endividamento já estava próxima dos 70%, ela não saiu mais desse patamar. “Se observa que isso também tem um componente dos efeitos da pandemia, porque os consumidores estão se endividando mais, estão recorrendo mais ao crédito para adquirir seus bens de consumo. Há um crescimento na taxa de empréstimos pessoal, de consignado, com aumento muito grande de dívidas efetuadas nessa modalidade, visto que o volume de vendas do comércio varejista foi negativo, inferior ao volume do semestre anterior”, ressalta.

A pesquisa sobre endividamento refere-se a todas as compras ou empréstimo e operações que o consumidor faz e se compromete a pagar em parcelas. Por isso, quando a economia está estabilizada ou aquecida, a taxa de endividamento pode aumentar, em razão do aumento do consumo, na medida em que o consumidor se sente seguro para realizar novas compras. Entretanto, ela também pode aumentar pela ampliação do crédito, em função das dificuldades que o consumidor vem enfrentando, e é isso que o setor comercial vem percebendo.

“A redução da taxa Selic nos seus menores níveis, de certa forma estimula um pouco essa procura por crédito. Embora os juros cobrados no Brasil ainda sejam muito elevados, seja para cartão de crédito, cheque especial, financiamento, ele ainda está bem menor que em anos anterior. Isso, de alguma forma, acaba incentivando a busca por crédito”, diz Lúcia.

Os principais tipos de dívidas apontados na pesquisa divulgada pela Fecomércio foram de cartão de crédito, boletos/carnês, crédito consignado e crédito pessoal. Levantamento feito pela Serasa Experian mostra que, no Pará, 15,5% das pessoas têm a renda comprometida com crédito pessoal, percentual acima da média nacional, que é de 13,7%.

Segundo o levantamento divulgado pela Fecomércio, o tempo médio de comprometimento das dívidas (parcelas a pagar) é de sete meses e essas dívidas comprometem 29,8% da renda do consumidor paraense.

A taxa de endividamento é maior (80,5%) entre as pessoas com renda acima de 10 salários mínimos e fica em 60,5% entre as que possuem renda abaixo dessa faixa. “Não significa dizer que o consumidor acima de 10 salários mínimos está numa situação mais difícil. É que como esse endividamento tem aumentado em função da procura por crédito, os consumidores nessa faixa de renda têm mais facilidade em acessar esse crédito”, avalia Lúcia.

INADIMPLÊNCIA

Aliado a essa procura por crédito, a assessora econômica da Fecomércio observa que a pesquisa revela as dificuldades de renda e pagamento, com aumento da inadimplência (contas em atraso), de 19,8% (registrado em agosto do ano passado) para 34%, registrado no mesmo período desse ano. O tempo médio de atraso dessas contas é de 60 dias.

As contas em atraso são uma realidade, principalmente, para consumidores com renda até dez salários mínimos (35,3%). Entre os consumidores com renda acima de dez salários mínimos, a taxa de inadimplência ficou em 19,5%.

“O consumidor está mais cauteloso, tanto que tem uma pequena redução de julho para agosto (no endividamento), porque há insegurança na recuperação da economia, na manutenção dos empregos, do padrão de renda. O consumidor está mais cauteloso em fazer novas dívidas diante da conjuntura econômica atual”, completou Lúcia Cristina.

Fonte: O Liberal

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