Mais de 2,4 mil indígenas que vivem em 31 aldeias do Médio Xingu passarão a contar com atendimento especializado de telemedicina fornecido pela Norte Energia, empresa privada, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Em parceria com o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Altamira, os povos indígenas que habitam a região da Usina já começaram a receber equipamentos que vão ampliar e agilizar estes serviços, especialmente os que vivem em situação de vulnerabilidade social ou em áreas de difícil acesso.
Os equipamentos estão em fase de instalação e serão implantados em todas as Unidades Básicas de Saúde Indígena construídas pela Norte Energia ao longo do período de implantação de Belo Monte. São computadores, câmeras de videoconferência, aparelhos de saúde para aferição de sinais vitais, glicemia e saturação e internet com conectividade via satélite, também disponibilizada pela empresa, para o pleno funcionamento das atividades. Os profissionais responsáveis pela saúde indígena, coordenados pelo DSEI local, serão capacitados a operar a nova plataforma.
“Esta iniciativa da Norte Energia contribuirá para a diminuição do tempo de espera dos pacientes e dará mais condições para que os profissionais de saúde indígena exerçam seu trabalho. A empresa reforça, com este projeto, o seu compromisso com a qualidade de vida da população tradicional do entorno da Usina”, destaca a gerente responsável pelas ações socioambientais da Norte Energia junto aos povos indígenas, Nina Fassarella.
Entre a instalação e manutenção dos equipamentos e a contratação da plataforma de telemedicina, a Norte Energia investiu R$ 1,7 milhão para o desenvolvimento do trabalho por um ano. Embora o projeto não conste no licenciamento do empreendimento voltado aos indígenas, a empresa avalia a iniciativa como essencial, especialmente nesse período pandêmico.
Para João Caramuru, coordenador do DSEI Altamira, o projeto de telemedicina fornecido pela Norte Energia vem revolucionar a atenção aos indígenas do Médio Xingu. “Dada a complexidade da logística nesta região amazônica, que possui um dos maiores municípios do mundo, os equipamentos vêm somar e muito no tratamento, prevenção e recuperação dos aldeados enfermos, com nossos profissionais atendendo à distância, estejam onde estiverem”, destacou o gestor.
Telemedicina – O serviço de telemedicina foi sancionado pelo Governo Federal no ano passado devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19, após passar por avaliação do Ministério da Saúde, Agência Nacional de Saúde Complementar, Conselhos Federais e o Senado, como sendo um recurso essencial para promoção da saúde indígena na região.