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TRE do Pará vai aumentar número de seções para diminuir filas nas próximas eleições municipais

Foram entregues 8.174 urnas novas para reforçar o quantitativo, que passa a ser de 23.940 aparelhos, que serão distribuídos para os 5.643 locais de votação a partir de julho de 2024

(Marcelo Camargo / Agência Brasil)
(Marcelo Camargo / Agência Brasil)
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A um ano das próximas eleições, o Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) acelera o ritmo de testagem e manutenção das urnas eletrônicas que serão utilizadas nas 20.606 seções eleitorais nos 144 municípios paraenses. Os aparelhos já estão no depósito de urnas, um grande galpão climatizado localizado em Ananindeua. Recentemente, foram entregues 8.174 urnas novas para reforçar o quantitativo, que passa a ser de 23.940 aparelhos, que serão distribuídos para os 5.643 locais de votação a partir de julho do próximo ano.

A manutenção e o armazenamento das urnas são de responsabilidade dos tribunais regionais eleitorais dos 26 estados e do Distrito Federal. Todas urnas do país ficam guardadas em mais de 1.100 locais de armazenamento. No depósito de Ananindeua, cada aparelho é testado pelo menos três vezes por ano, mesmo em anos sem eleições. O processo rigoroso é chamado de ‘teste preventivo’ e funciona por etapas. Cada técnico é responsável por realizar a testagem de 40 urnas por vez, durante seis horas por dia. Os aparelhos possuem um software que realiza um autoteste capaz de detectar qualquer defeito presente. A última etapa consiste no teste feito pelo técnico, que indica se o aparelho está apto ou não para utilização.

“As urnas mais antigas, que foram utilizadas até a última eleição, modelo 2009, 2010, 2011, se tornaram obsoletas e vão sair do parque. Com isso, a gente está recebendo as novas, modelo 2022, último lançamento fabricado pela empresa Positivo. Lá para julho e agosto nós fazemos as remessas para as zonas eleitorais de todo o Pará. Nas próximas eleições daqui, vamos utilizar as urnas modelos 2015, 2020 e 2022, que são os modelos mais atuais”, explica Tiago Neves, diretor do parque de urnas.

No local, uma equipe com mais de 20 técnicos trabalha na fiscalização das urnas eletrônicas. “Aqui costumamos dizer que o trabalho para as próximas eleições começa quando a última termina”, diz Irlan Sarmento, um dos ténicos do espaço. É preciso alto nível de concentração a cada etapa. Caso surja algum defeito detectado pelo auteste, o técnico precisa encaminhar o aparelho para a chamada ‘manutenção corretiva’, que é quando a fabricante precisa ir ao local fazer a manutenção ou a substituição da máquina quando necessário.

Mais seções, menos filas

A novidade que estará em vigor já nas próximas eleições será o aumento do número de locais de votação e seções. O objetivo do TRE-PA é diminuir as filas em diversos locais de votação, principalmente nas áreas urbanas. Esta é a principal fonte de reclamações dos eleitores paraenses. Para isso, o orgão precisou alterar sua própria legislação, para conseguir definir um limite de eleitores por seção eleitoral, que a partir do próximo ano passa a ser de 360.

“Queremos diminuir o número de eleitores por seção. A gente sabe que uma das maiores queixas da população é a fila. Temos eleições que começam às 8h e muitas vezes se estendem até 22h. O projeto é a longo prazo, mas estamos aumentando o número de urnas e seções. Para este projeto tivemos que mudar a legislação do TRE-PA para que o número máximo de eleitores por seção seja de até 360 eleitores. Isso vai demandar mais seções e mais locais de votação, consequentemente do número de urnas”, explica Nathalie Castro, diretora geral do TRE-PA.

Eleitorado

O Pará tem o 9º maior eleitorado do país, com quase seis milhões de eleitores aptos. O número, que abrange quase a totalidade da população com idade para votar, é celebrado pelo TRE-PA como um reflexo do trabalho realizado pela instituição, principalmente com as ações itinerantes, muitas vezes em locais sem acesso à internet.

“Nós temos um estado com peculiariedades muito singulares, nosso trabalho não para. Estamos sempre contactando prefeituras, que nos ajudam nestas ações em todo o estado. Conseguimos aumentar o número de eleitores significativamente e isso simboliza esse esforço. São quase um milhão de eleitores residentes em zonas rurais cadastrados, quase 400 mil ribeirinhos. É um trabalho que não para”, diz a diretora do TRE-PA.

Eleições em Belém

As eleições municipais de 2024 em Belém movimentam o cenário para prefeitura. O prefeito Edmilson Rodrigues (Psol) acumula avaliações negativas sobre seu governo. A última pesquisa de opinião feita pela Quaest e enviada com exclusividade ao Grupo Liberal, apontou que 58% das pessoas consideram a gestão de Edmilson negativa e 82% acreditam que ele não deve ser reeleito. 

Após o dia da votação, até 60 dias após o primeiro ou segundo turno, o eleitor deve justificar a ausência (Reprodução / politize.com.br)

Diante das crescentes críticas sobre seu trabalho, muitos eleitores questionam se o atual prefeito deverá se candidatar à reeleição. Questionado sobre o assunto, Edmilson disse “não estar preocupado”, deixando um ar de mistério sobre sua possível candidatura. O cientista político Rodolfo Marques, acredita que o atual prefeito deve vir como candidato, mesmo com alto índice de rejeição. Caso não consiga a reeleição, será a primeira vez na história recente das eleições na capital paraense que um prefeito não consegue ser eleito para um segundo mandato.

“É um índice de rejeição muito alto, isso costuma se materializar em votos em outros candidatos. O prefeito precisaria diminuir a sua rejeição e fazer um bom arco de alianças para conseguir espaço em mídias eleitorais, além de trabalhar, fazer obras, ser transparente na prestação de contas. Existe um prazo até o final de junho para a definição de obras e vê-se que ele tem trabalhado nisso, esse é um ponto importante. Desde que a reeleição foi autorizada, há 26 anos, os candidatos sempre conseguiram se reeleger em Belém. Não temos na história recente um caso de um candidato que não busque o segundo mandato consecutivo e todos se reelegeram”, diz.

Fonte: O Liberal

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