O número de animais atropelados na rodovia BR-163, no trecho entre o Parque Nacional do Jamanxin e a Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo, no sudoeste do Pará, é assunto de uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF).
De 2015 a 2018, 51 antas foram mortas atropelas nos trechos asfaltados da estrada, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO). O trecho onde mais ocorrem os atropelamentos fica entre os quilômetros 6 e 76 e é a maior concentração de antas atropeladas de todas as estradas do país, segundo o instituto.
A rodovia é pavimentada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e o licenciamento é feito pelo Ibama. Entre as condicionantes está a garantia da segurança da fauna das áreas protegidas que são atravessas pela estrada.
Segundo o MPF, a espécie Tapirus terrestris, a anta, é considerada ameaçada de extinção e está na categoria vulnerável. O ICMBIO aponta que a morte de tantos animais adultos por atropelamento pode acelerar os riscos e acarretar consequências genéticas graves para a população de antas e de outros vertebrados.
Todas as medidas cobras pelo MPF devem ser comprovadas documentalmente em até dez dias. São elas:
- sinalização efetiva e construção de passagens de fauna;
- sinalização nos trechos onde há maior registro de atropelamento de fauna com placas de limite de velocidade;
- instalação de radares nos trechos asfaltados da rodovia, nos locais onde ela atravessa o Parque Nacional do Jamanxim e a Reserva Biológica Nascentes Serra do Cachimbo;
- instalação de telas, cercas guias e passagens secas em todas as passagens de fauna entre os quilômetros 6 e 100 da BR-163;
- e o monitoramento permanente da situação por meio de campanhas de amostragem.