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Uepa inicia segunda etapa da pesquisa epidemiológica no Pará

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Na manhã desta terça-feira (4), alunos da Universidade do Estado do Pará (Uepa) saíram da Escola de Enfermagem Magalhães Barata (Campus V), em São Brás, em Belém, em direção a 35 bairros desta cidade e 11 de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, para iniciarem a segunda etapa da pesquisa epidemiológica, que vai traçar o perfil de prevalência e infecção do novo coronavírus (Síndrome Respiratória Aguda Grave – Sars-Cov-2), causador da pandemia da covid-19, no estado do Pará.

Os locais foram escolhidos por meio dos setores censitários selecionados e a pesquisa é feita a partir da atuação de 208 discentes da área da saúde da Uepa, em especial dos do curso de Enfermagem. Eles executam o processo de coleta de dados no território paraense.

A realização do estudo é um pedido do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Saúde (Sespa), para identificar a predominância e a velocidade de proliferação do vírus no Pará. A intenção é realizar cerca de nove mil testes em cada uma das três etapas da pesquisa epidemiológica, além de aplicar questionários sociais com famílias paraenses da capital e do interior.

Clay Anderson Chagas, vice-reitor e um dos coordenadores da pesquisa pela Uepa, explica que a segunda etapa da pesquisa é similar à primeira. “Vamos fazer o total de 52 municípios do Pará sendo que destes 32 não foram feitos na primeira rodada, então não vamos repetir todos os municípios do Pará. Agora iniciamos a Região Metropolitana de Belém também com outros setores censitários, vão mudar alguns bairros, mas não muitos”.

Para Chagas, a atuação da Uepa e, principalmente, dos alunos da instituição é importante porque ajuda também como multiplicadores de educação. “Identificamos no Estado pessoas que não têm conhecimento denso sobre a covid-19 e eles produzem esses efeitos educativos. Então, para eles, para a universidade e à sociedade isso é muito importante. Muitos deles reconhecem isso e vão permanecer para a segunda etapa”, destaca o vice-reitor da Uepa.

Uma delas é a estudante do nono semestre de Enfermagem da Uepa, Ana Clara Moreira, 22 anos. Ela está como pesquisadora no projeto para a coleta de dados. “É imprescindível participar desse projeto porque sabemos como estão os níveis de contaminação da covid-19 e, com os resultados, saberemos sobre as disponibilidades para a retomada das atividades e como isso vai impactar no retorno delas pós-pandemia”, afirma a estudante.

A estudante Letícia Camargo, que tem 23 anos e está no oitavo semestre de Enfermagem, participa desde a primeira fase da pesquisa e fala da satisfação em participar do estudo. “Ouvi muitos agradecimentos da população por ter a oportunidade de realizar o teste, pois sabemos que o teste é caro e não acessível a todo mundo. Então, o agradecimento é de coração para saberem de tiveram ou não a doença. Agora, observo que faltam muitas informações, não por parte da mídia, mas porque muitas pessoas ainda acreditam em fake news (notícias falsas). Até na realização dos testes alguns chegam a pensar que podem pegar a doença. Mas a maioria nos recebeu super bem. O bom nisso é a gente explicar pra eles sobre o tema”, frisa a discente, que realiza, nesta terça, o estudo no bairro do Guamá, em Belém.

Bairros 

Em Belém, nesta segunda etapa estão os bairros da Batista Campos, Cidade Velha, Marco, Nazaré, São Brás, Umarizal, Benguí, Cabanagem, Coqueiro, Mangueirão, Parque Verde, Pratinha, Tapanã, Castanheira, Souza, Marambaia, Val de cães, Canudos, Condor, Cremação, Guamá, Jurunas, Terra Firme, Agulha, Campina de Icoaraci, Maracacuera, Parque Guajará, Ponta Grossa, Tenoné, Água Boa, Barreiro, Fátima, Pedreira, Sacramenta e Telégrafo.  Em Ananindeua são os bairros de Águas Lindas, Guanabara, Coqueiro, Icuí, 40 Horas, Cidade Nova, Paar, Maguari, Distrito Industrial, Águas Brancas e Centro.

Resultados da primeira fase

Na última sexta-feira (31), o governador do Estado, Helder Barbalho, divulgou o resultado da primeira fase da pesquisa. O estudo apontou que, no estado do Pará, um em cada cinco habitantes testaram positivo para a covid-19. Isso equivale a cerca de 1,3 milhão de pessoas que já possuem anticorpos para a doença ocasionada pelo novo coronavírus. “E representa uma positividade global de 21% e garante que grande parcela da população já foi infectada pela doença”, afirma a pesquisa.

Foram 8.587 pessoas entrevistados em todas as oito regiões em saúde do Estado. Além do questionário, os alunos também realizaram o teste rápido, para a identificação de anticorpos. A amostragem da pesquisa foi composta por 63,3% de moradores da área urbana e 36,7% da área rural sendo 49,2% de homens e 50,2% de mulheres.

Ainda segundo a pesquisa, a faixa etária que registrou maior contato com o vírus foi de 25 a 34 anos, com 23% de positividade, enquanto as pessoas com mais de 60 anos, 10,5%. Outras variáveis como escolaridade, classe econômica, cor/raça também constituíram dados coletados pela pesquisa. As pessoas com ensino fundamental (42,5%), as classes DE (53,8%) e pessoas com a cor parda (68,4%) apresentaram os maiores percentuais de positividade.

Fonte: O Liberal

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