Começou, nesta quinta-feira (5 de setembro), o julgamento de um dos mandantes do ‘Massacre do Presídio de Altamira’, no Pará. O caso aconteceu em 2019 quando uma rebelião resultou na morte de 62 pessoas. Este episódio é considerado a segunda maior tragédia carcerária do Brasil. Luziel Barbosa é o primeiro dos cinco acusados e responde pela morte de 58 presos.
O julgamento ocorre na 3ª Vara do Júri no Fórum Criminal de Belém, com previsão de durar três dias. O acusado participa de forma remota (videoconferência), uma vez que está em um presídio federal em outro estado brasileiro.
Foi o próprio Ministério Público do Estado do Pará que fez o pedido para o Tribunal do Júri fosse realizado em Belém e não em Altamira ou Marabá, devido a repercussão do caso na região.
No total, 24 testemunhas foram chamadas pela defesa e pela acusação. A sessão começou com o depoimento de uma delas, que é agente prisional e foi feito refém no massacre. Ele relatou que teve as mãos amarradas e colocaram um capuz na cabeça dele.
O massacre
A rebelião ocorreu, em 29 de julho de 2019, no Centro de Recuperação Regional de Altamira, sudoeste do Pará, a partir de um conflito entre dois grupos criminosos, o Comando Classe A (CCA) e Comando Vermelho (CV) que disputavam território dentro da unidade prisional.
No presídio, 58 detentos foram mortos, a maioria, por asfixia. Dezesseis deles foram decapitados. Os líderes do motim foram transferidos para outras unidades prisionais do estado e até para presídios federais.
Durante a transferência para Marabá, um dia após o massacre, quatro detentos foram mortos dentro de um caminhão-cela. Ao todo foram 62 mortes.
Foto: Arte G1
Os detentos que estavam custodiados foram transferidos para o Complexo Penitenciário de Vitória do Xingu.
A unidade foi reformada e hoje abriga presos provisórios.
Fonte: G1 Pará