A vacina chinesa que vai começar a ser testada no Brasil pelo Instituto Butantan chegou no final da madrugada desta segunda-feira (20) ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. O avião saiu de Frankfurt, na Alemanha, e, após 11 horas de viagem, pousou por volta das 4h20 em Cumbica.
As vacinas seguem ainda nesta segunda-feira para o Instituto Butantan, que já pode, portanto, começar a fase de teste.
Para essa primeira etapa de análises, apenas profissionais da saúde de São Paulo, de outros 3 estados e do Distrito Federal vão participar da pesquisa. Segundo o governador João Doria, os testes vão durar 3 meses.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou no dia 3 de julho a terceira fase de testes da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela farmacêutica chinesa de biotecnologia Sinovac. O pedido de autorização foi feito pelo Instituto Butantan.
Doria já havia anunciado no dia 11 de junho a parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês. Na ocasião, o governador disse que, se comprovada a eficácia e segurança da vacina, ela será produzida no país e disponibilizada no SUS a partir de junho de 2021.
Esses novos testes da fase 3 da CoronaVac, nome da vacina, serão feitos em larga escala e precisam fornecer uma avaliação definitiva da eficácia e segurança, isto é, a vacina precisa ser capaz de criar anticorpos para imunizar contra a Covid-19.
Em todo o Brasil, serão escolhidos 9 mil voluntários distribuídos em São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal.
Este é o segundo teste de vacina contra a covid-19 liberado pela Anvisa no país. No dia 2 de junho, a Agência autorizou o ensaio clínico da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido.
CoronaVac
A vacina da Sinovac já foi aprovada para testes clínicos na China. Ela usa uma versão do vírus inativado. Isso quer dizer que não há a presença do coronavírus Sars-Cov-2 vivo na solução, o que reduz os riscos deste tipo de imunização.
Vacinas inativadas são compostas pelo vírus morto ou por partes dele. Isso garante que ele não consiga se duplicar no sistema. É o mesmo princípio das vacinas contra a hepatite e a influenza (gripe).
Ela implanta uma espécie de memória celular responsável por ativar a imunidade de quem é vacinado. Quando entra em contato com o coronavírus ativo, o corpo já está preparado para induzir uma resposta imune.
Cientistas chineses chegaram à fase clínica de testes – ensaios em humanos – em outras três vacinas. Uma produzida por militares em colaboração com a CanSino Biologics, e mais duas desenvolvidas pela estatal China National Biotec.