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Vacinação de professores da rede pública gera rumores de volta às aulas presenciais

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A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) divulgou, no último dia 24, o Plano de Vacinação dos Profissionais da Educação do Estado do Pará, antecipando esse público para a 3ª fase com vistas ao retorno seguro e gradual das atividades escolares no Estado. Inicialmente, são destinadas 47.450 mil doses de vacinas contra covid-19 para os profissionais da educação. 

Mas, desde o início da vacinação desses profissionais, existem rumores nas redes sociais de que a imunização deles seria um indício de que a rede pública estadual pretende retomar às aulas presenciais no segundo semestre de 2021. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp) não confirma os murmúrios dos internautas e destaca que a entidade anseia pela volta às aulas presenciais, porém, faz diversas ponderações.  

“Defendemos a vacinação para todos os trabalhadores (as) da educação. Além das garantias de segurança sanitária não apenas para eles (as), mas, sim, para estudantes e seus familiares. Nossa categoria não parou de trabalhar durante toda a pandemia e, infelizmente, os insumos necessários para que as atividades remotas alcançassem o máximo possível da comunidade escolar, em todo estado, não foram garantidos pelo governo”, afirma Beto Andrade, coordenador-geral do Sintepp.

Além disso, para o sindicato, é necessária a testagem e isolamento de casos suspeitos, protocolos de segurança para não haver aglomeração e melhorias na infraestrutura das instituições.

Seduc diz que todos os profissionais da área educacional serão vacinados

A Seduc diz que, em reunião com a Sespa, ficou definido que “todos os profissionais da área educacional também serão vacinados, ou seja, não apenas os professores”.

Já sobre o retorno das aulas presenciais, a Seduc ressalta que essa decisão vai depender do cenário epidemiológico e, na medida em que se avance o cronograma de vacinação no Estado, a Secretaria diz que “irá adotar todos os protocolos de biossegurança à comunidade escolar”.

“A Seduc preza pelo retorno seguro das atividades escolares, sem que haja comprometimento aos alunos e profissionais que atuam nos espaços de aprendizagem da rede estadual”, frisa, em nota.

Hoje a Seduc dispõe de 927 escolas e conta com 15.152 mil professores, que lecionam nas mais diversas áreas do conhecimento para os 586 mil estudantes paraenses.

MPPA acompanha imunização dos profissionais da educação  

O Ministério Público do Pará (MPPA) também acompanha o processo de imunização dos trabalhadores em educação. “A maior preocupação é garantir a imunização destes trabalhadores. E só se terá uma definição da data do retorno presencial depois de cumprida esta etapa, pois o próprio Plano Nacional de Imunização condiciona a prioridade para vacinação às atividades que vêm sendo desenvolvidas de forma presencial”, enfatiza o MP.

Sintepp, Seduc e MPPA fazem parte da Comitê Tripartite da Vacinação no Estado, além de representantes de entidades do movimento social organizado.

Virologista frisa que retomada das aulas deve estar pautada na ciência e nas diretrizes da saúde e educação   

O biomédico virologista Carlos Marques destaca que, para a retomada das aulas presenciais, o ideal é que uma fração substancial da população esteja imunizada, para que a volta ocorra com menor chance de intercorrências relacionadas à covid-19.

Marques frisa que devido à grande extensão territorial do Pará e certa heterogeneidade de acesso de serviço e educação nos 144 municípios, não é possível dar uma resposta única para o Pará como um todo.

“A possibilidade de retomada precisa ser tratada em cada município, pois deve ponderar a tendência atual da doença (aumento e diminuição dos números de casos locais), a questão da retaguarda de leitos hospitalares e a capacidade de cada estabelecimento de ensino de prover os recursos mínimos à operação dos protocolos sanitários envolvidos no controle da covid-19”, afirma Carlos Marques, que é mestre e doutor em Química Biológica.

O virologista alerta ainda que o risco de contágio, até mesmo para os professores já imunizados, sempre existe, já que nenhuma vacina oferece 100% de proteção.

“Quanto aos alunos, particularmente os da infância e adolescência ainda não imunizados, tendem a apresentar infecção assintomática, com sintomas leves, sem ter necessidade de internação. Mas é necessário considerar ainda o risco que se representa pela possibilidade de transmissão do vírus aos familiares e conhecidos com idades mais avançadas ainda não imunizados”, alerta Marques, que é professor da Universidade do Estado do Pará.

Se ainda assim se for efetivada a retomada das aulas, o doutor ressalta que devem ser mantidos todos os protocolos sanitários, para mitigar a chance de transmissão, inclusive com a disponibilização de salas de acolhimentos nas escolas para os estudantes que apresentem sintomas decorrentes da infecção durante a execução das aulas.  

Fonte: O Liberal

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