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Adepará debate prevenção à entrada de praga que atinge produção de cacau

Técnicos da Agência se reuniram com quase 50 produtores da região da Transamazônica para tratar sobre monilíase do cacaueiro

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A monilíase do cacaueiro, praga perigosa para a agricultura, foi a temática da reunião técnica, realizada nesta sexta-feira (24), no município de Medicilândia, no oeste paraense. Da reunião, realizada no Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Medicilândia (STTR), participaram cerca de 50 produtores da região, autoridades locais e membros da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará).

Com a maior produção de cacau do Estado, Medicilândia registra 51 mil toneladas de amêndoas ao ano, possui em média 3 mil produtores e exporta para outros estados e países. Daí a importância da cadeia produtiva para o município, que tem 80% da sua economia em torno do fruto, informa o Sindicato dos Produtores Rurais de Amêndoas de Medicilândia (SPRAM).

Nós entendemos a importância e o protagonismo de Medicilândia na produção de cacau para o Estado do Pará, e para o Brasil. Por isso, estamos hoje reunidos com os produtores locais para tratarmos sobre a monilíase e a operacionalização do Programa Nacional de Prevenção e Vigilância, coordenado pela Gerência de Pragas Quarentenárias da Adepará, como também convocar todos os agricultores para o cadastramento, no Siapec 3, de seus cultivos agrícolas, para que na possibilidade de uma emergência fitossanitária dentro da cadeia produtiva do cacau a Adepará tenha uma base de dados referenciais para subsidiar o planejamento das ações, e desta forma diminuir o impacto econômico e controlar e erradicar foco“, destacou na reunião a diretora de Defesa e Inspeção da Adepará, Lucionila Pimentel.

De acordo com a legislação fitossanitária vigente, Moniliopthora roreri é uma praga quarentenária ausente no Brasil. Entretanto, no mês de julho de 2021 o primeiro foco de M. roreri foi confirmado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em uma propriedade urbana no município de Cruzeiro do Sul, no Estado do Acre, que foi declarado como área em quarentena, bem como os estados do Amazonas e Rondônia.

A introdução dessa praga em território paraense pode provocar profundos desequilíbrios em ambientes agrícolas, urbanos e naturais, com reflexos econômicos, sociais e ambientais causados pelo desemprego e pela perda de renda no meio rural. A região amazônica é extremamente vulnerável à introdução de pragas presentes nos países e territórios de fronteira.

Certificação – A Agência de Defesa é a única do País a possuir uma equipe treinada e certificada internacionalmente para trabalhar na contenção da praga. A Agência está seguindo todas as orientações do Plano de contingência regulamentado pela Instrução Normativa (IN 13/ 2012) e pelo Programa Nacional de Prevenção e Vigilância (PNPV), da IN112- 2020.

A Adepará também está mapeando as rotas de risco, com o Amazonas, estado na divisa com Pará e Acre, tonando-se, portanto, a rota com mais chance de entrada da praga, mais especificamente pelos municípios de Juruti, Faro e Terra Santa. Também está intensificando o cadastramento de produtores no Estado; promovendo ações de educação sanitária que orientem os produtores para saber identificar a doença no fruto e divulgando a importância de identificação da monilíase e do cadastramento dos produtores do fruto.

Em supervisão nos municípios de Juruti foi verificada uma rota de risco com três pontos críticos partindo de Juruti, seguindo pela PA-192 até Itaituba. Entre esses dois pontos há a Rodovia PA-260, que liga diretamente à cidade de Parintins, no Amazonas. “Caso algum fruto infectado passe por essa rota e chegue a Itaituba, estará próximo dos nossos maiores produtores de cacau na Transamazônica“, informou o engenheiro agrônomo Rafael Haber, fiscal estadual agropecuário e gerente de Defesa Vegetal da Adepará.

Cadastramento – Faz parte do Programa do Cacau da Adepará uma grande supervisão em todos os municípios da Gerência Regional de Altamira, que formam uma rota com os maiores produtores de cacau do Estado: Altamira, Brasil Novo, Medicilândia, Anapu, Vitória do Xingu, Senador José Pórfiro, Uruará e Placas.

Essa supervisão atípica norteia as ações de campo em como conduzir as intensificações de levantamento de detecção nas propriedades produtoras de cacau. “Daí a relevância do cadastramento desses produtores, pois é a partir dessas informações que fortalecemos nossa base de dados e podemos planejar as ações a serem adotadas”, frisou a diretora.

Representando os produtores da regional, o presidente do SPRAM, Ivan Pereira, destacou a importância da orientação da Agência de Defesa Agropecuária e da proximidade com os produtores. “Estamos muito felizes com a vinda da Adepará até aqui para reunir conosco. É de uma importância ímpar para nós, produtores, dada a importância do cacau para nossas famílias, nosso município e nossa economia, que aqui gira quase que 100% em torno da cacauicultura.

Produtor do fruto desde 1976, o agricultor disse que os produtores estão mais tranquilos, após a presença do Estado na localidade. “Ficamos mais tranquilos com as orientações da Adepará e em saber que o Estado está preparado para a possível entrada da doença em nossa região“, ressaltou o representante dos produtores.

Atualmente, os maiores produtores paraenses de cacau estão concentrados na região da Transamazônica (BR-230) e Santarém-Cuiabá (BR-163), abrangendo os municípios de Anapu, Vitória do Xingu, Altamira, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas, Rurópolis e Trairão.

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