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Uso prolongado de eletrônicos coloca em risco a saúde ocular das crianças, alerta a Sespa

Oftalmologista do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação diz que casos de miopia vêrm aumentando, pois o maior prejuízo é para a visão de longo alcance

Foto: Divulgação
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O uso prologado de aparelhos celulares, jogos eletrônicos, tablets e televisores pode afetar a saúde ocular das crianças, que não devem ficar expostas a esses estímulos eletrônicos por mais de uma hora por dia. O alerta da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), no Dia das Crianças, se deve ao fato de que muitas delas devem receber, como presente, aparelhos eletrônicos voltados à diversão.  

Médica oftalmologista do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), Maria Maev Muniz diz que o uso constante e gradativo do celular, tablet e da TV por muitas horas contribui para o aumento do número de casos de miopia entre as crianças; por isso, o Ministério da Saúde preconiza que as crianças entre dois e cinco anos de idade passem, no máximo, uma hora por dia na frente dessas telas. 

A médica se refere à Caderneta das Crianças, editada em 2020 pelo Ministério da Saúde, cuja página 58 é dedicada a esse assunto: Crianças menores de 2 anos não devem ser expostas a esses equipamentos, porque – principalmente nessa idade – a convivência familiar e social é muito importante para a construção dos laços afetivos. Para crianças de 2 a 5 anos, a recomendação é que o tempo máximo diante desses aparelhos seja de uma hora por dia. Até os 10 anos, as crianças não devem fazer uso de televisão ou computador nos seus próprios quartos. “As crianças antes dos 12 anos não devem possuir celulares e smartphones, mas, infelizmente, não é isso que acontece, hoje, cada vez mais crianças têm acesso a esses equipamentos e ficam horas por dia na frente das telas”, lamenta a oftalmologista.

Para evitar danos à saúde dos olhos, Maria Maev Muniz recomenda que os pais ou responsáveis estimulem as crianças a participar de brincadeiras ao ar livre, pois, ao passar muito tempo perto das telas, a criança não exercita a visão de longe. “Nas atividades ao ar livre, além da criança exercitar o corpo e a visão de longe, ela tem a oportunidade de receber a luz solar, que traz muitos benefícios. Essa é a principal atitude de caráter preventivo que os pais podem tomar para preservar a saúde ocular das crianças”, orientou a médica.

INTERVALO

Outra orientação da especialista é a de fazer um intervalo de 30 a 40 minutos toda vez que a criança estiver usando as telas por mais de 40 minutos, para descansar o olhar nesse tempo. “Nesse intervalo, é importante fazer a criança olhar para o horizonte para que possa exercitar a visão de longe”, ressaltou Maria Maev Muniz.

Além desses cuidados, ela adverte que é importante levar a criança para uma consulta com o oftalmologista, pelo menos a cada dez meses ou um ano, porque esse é o profissional que está habilitado para examinar os olhos da criança. “Não só para receitar os óculos, mas para examinar a função visual de forma aprofundada, ou seja, um exame bem completo da criança. Visitar o oftalmologista é fundamental, até mesmo para crianças menores, bebezinhas, precisam ser levadas ao oftalmologista”, enfatizou.

De acordo com a Caderneta da Criança, é importante estimular a inteligência de meninos e meninas com as brincadeiras, pois elas estão cada vez mais expostas a celulares, programas de TV e a jogos que não desenvolvem as habilidades motoras, cognitivas, afetivas e sociais e ainda contribuem para o sedentarismo e obesidade. 

As crianças também correm riscos de ter acesso a conteúdos violentos e impróprios para a idade delas. Os pais ou responsáveis precisam fixar limites em relação ao tempo que os filhos podem usar esses aparelhos. Também é importante que observem o tipo de programação e a recomendação etária dos filmes, jogos e desenhos.

A Caderneta da Criança também chama a atenção dos adultos que não largam o celular. “A interação com adultos é importante para o desenvolvimento das crianças. Cuide para não se distrair dando atenção a equipamentos eletrônicos e deixando de interagir com seu filho. Seu exemplo é fundamental, preste atenção no tempo que você gasta com esses aparelhos”.

Fonte: Agência Pará

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