De cada dez pessoas que sofrem acidentes de trânsito e são atendidas no Hospital Regional Público da Transamazônica, em Altamira, pelo menos sete pilotavam motocicletas.
É o que mostra um levantamento feito pelo hospital compreendendo todas as ocorrências registradas no ano passado.
De acordo com Henry Dantas, médico do setor de emergência, as maiores causas de internações por acidentes com moto são a falta de uso do capacete e o consumo de bebidas alcoólicas.
“Quase que diariamente recebemos alguma vítima de trânsito”, afirma o médico.
Segundo ele, a maioria dos acidentados dá entrada no hospital com fraturas nos membros inferiores, como fêmur, fíbula e tíbia. Mas também há muitos casos de traumatismo craniano.
“Obviamente ocasionado pela falta do uso do capacete, um item que pode não só salvar vidas, mas evitar uma lesão mais grave”, acrescenta Dantas.
Os dados registrados pelo Regional da Transamazônica são parte de uma realidade brasileira.
De acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito, órgão ligado ao governo federal, em 2021, foram registrados mais de 632 mil acidentes, o que equivale a 72 ocorrências por hora no país.
Adultos de 20 a 39 anos lideram internações
Das 331 vítimas de acidentes de trânsito internadas no Hospital Regional Público da Transamazônica no ano passado, um total de 84% tinha idades entre 20 e 39 anos.
Nos primeiros seis meses de 2021, os acidentes de trânsito levaram 145 pessoas a serem socorridas no Pronto Atendimento da unidade. Já no segundo semestre, essa quantidade aumentou 28%, alcançando a marca de 186 pacientes com esse perfil.
Segundo o diretor Hospitalar Edson Primo, o custo médio de cada paciente vítima de acidente de trânsito ao hospital é de cerca de R$ 21.500,00, valor que pode variar dependendo da gravidade e da complexidade do quadro clínico do usuário.
As informações estatísticas do Regional da Transamazônica integram o programa “Direção Viva”, cujo objetivo é educar, prevenir, conscientizar e sensibilizar a população em geral sobre questões relacionadas ao trânsito.
Anualmente, a unidade realiza blitz educativas com a entrega de panfletos informativos e orientações aos motoristas.
“O trabalho do hospital vai muito além do tratamento das vítimas de trânsito. Desenvolvemos ações para conscientizar a população e alertar sobre os riscos de acidentes”, explica o diretor.
Pertencente ao Governo do Pará, o Hospital Regional da Transamazônica é gerenciado pela Pró-Saúde, uma das maiores entidades filantrópicas de gestão hospitalar do país.
Referência em média e alta complexidades para nove municípios da região do Xingu, onde vivem aproximadamente 500 mil pessoas, o HRPT está entre os dez hospitais públicos de excelência do país, conforme ranking publicado pela revista Exame.
A unidade também possui a certificação máxima de qualidade concedida pela Organização Nacional de Acreditação, a “Acreditado com Excelência”.
Ascom/HRPT