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População protocola Ação Civil Pública junto ao MP, pedindo investigação contra alguns vereadores de Medicilândia

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Após a maioria dos vereadores, da Câmara Municipal de Medicilândia, decidir pelo arquivamento de denúncias graves protocoladas naquela Casa de Leis, citando um suposto esquema de pagamento de propinas para que alguns vereadores pudessem votar a favor de projetos, um grupo de moradores de Medicilândia, no sudoeste do Pará, resolveu protocolar na manhã desta segunda-feira, 21, uma Ação Civil Pública junto ao Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), pedindo para que o órgão investigue o porquê do arquivamento de forma tão rápida das denúncias.

Nós, em qualidade de cidadão e eleitor do município de Medicilândia, queremos uma resposta do ocorrido, que o Legislativo seja transparente e esclareça para a sociedade o porquê do arquivamento das denúncias e por qual razão ocorreu de forma rápida sem respeitar prazos de todas essas decisõesdiz parte do documento protocolado junto ao MP.

Entenda a denuncia

No dia 03 de fevereiro, um cidadão identificado por Rosenildo Sousa Lopes, ex-assessor da prefeitura daquele município, protocolou na Câmara Municipal de Medicilândia um requerimento solicitando que aquela Casa de Leis, investigasse a parlamentar Valdilene Carvalho Lambert, pelo fato dela saber e ter guardado por tanto tempo a informação de um suposto esquema de pagamento de propina para que alguns vereadores pudessem votar a favor de alguns projetos que iriam a votação naquela Casa de Leis.

O pedido protocolado por Rosenildo Lopes contra a parlamentar é baseado numa declaração feita pela própria vereadora Valdilene Lambert, durante a última Sessão Ordinária, realizada no dia 24 de dezembro do ano passado, no momento em que se discutia a criação de uma taxa de inspeção sanitária do cacau. Na ocasião a vereadora teria usado a tribuna para afirmar que “Estou aqui na política há 04 anos, não estou aqui disputando poder e se fosse pra aceitar propina eu já tinha aceitado desse governo para receber dois mil reais por mês e mais 100 litros de gasolina”.

O pedido de investigação contra a vereadora foi lido e acatado pela maioria dos parlamentares, durante a primeira sessão ordinária deste ano, realizada no dia 03 deste mês. Diante de uma sessão bastante tumultuada chegou até a se criar uma Comissão Processante de Inquérito (CPI), formada por 03 (três) vereadores para dar prosseguimento as investigações que apontaria se a vereadora havia ou não cometido o crime de prevaricação.

Para a surpresa da maioria dos vereadores, durante a mesma sessão, a parlamentar Valdilene Lambert, entregou a cada um dos vereadores, uma cópia de mídia em áudio, em que segundo ela, seria uma gravação feita durante uma reunião interna realizada no dia 01 de março do ano passado, no gabinete do presidente da Câmara de Medicilândia, onde teriam acontecido as negociações. De acordo com Valdilene, ela e outros vereadores teriam participado dessa reunião, e na ocasião quatro parlamentares teriam aceitado a proposta de passarem a receber propina para votarem a favor de projetos naquela Casa de Leis.

Ainda de acordo com a vereadora, as provas estariam sendo entregues somente agora, porque ela tinha levado um tempo para conseguir reunir as mesmas.   

Vereadora Valdilene Lambert durante a sessão realizada no dia 03 de fevereiro de 2022

Durante a sessão foi então decido que Comissão Processante de Inquérito (CPI) irá investigar todas as denúncias, tanto a apresentada por Rosenildo Lopes, quanto a da vereadora Valdilene Lambert, que denunciava os nomes de quatro vereadores que supostamente estariam envolvidos num esquema de recebimento de propinas.

Para a surpresa da população, na reunião subsequente a maioria dos parlamentares decidiu pelo arquivamento de ambas denúncias, alegando que as narrativas apresentadas por Rosenildo Lopes não condiziam com que foi dito pela vereadora Valdilene Lambert na sessão de dezembro.

Não satisfeitos com a decisão tomada pela Câmara Municipal, um grupo de moradores resolveu protocolar na manhã desta segunda-feira, 21, uma Ação Civil Pública solicitando ao Ministério Público (MP) que investigue as denúncias que foram arquivadas pelo Poder Legislativo.

Por Wilson Soares – A Voz do Xingu

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