Nesta terça-feira (24), o papa Francisco disse, durante uma entrevista, que acha injusta a criminalização da homossexualidade, mas considera que a prática seja um pecado. “Ser homossexual não é crime. Sim, mas é pecado. Tudo bem, mas primeiro vamos distinguir entre um pecado e um crime. Também é pecado não ter caridade uns com os outros”, explicou o papa.
A homossexualidade é criminalizada em 67 países ou jurisdições no mundo. Em 11 destas localidades, a prática pode resultar, inclusive, em pena de morte, segundo o The Human Dignity Trust.
O pontífice afirmou ainda que Deus ama todos os seus filhos como eles são e defendeu que as pessoas LGBTQIAP+ sejam bem recebidas na Igreja. Para Francisco, a Igreja Católica deve trabalhar para acabar com as leis discriminatórias e injustas. “Somos todos filhos de Deus, e Deus nos ama como somos e pela força que cada um de nós luta pela nossa dignidade” disse Francisco.
Em outro trecho da declaração, papa Francisco já se mostrou respeitoso com a comunidade LGBTQIAP+. Conversando com a imprensa na volta de sua primeira viagem como Pontífice, do Rio de Janeiro para Roma, em 2013, ele questionou: “Se a pessoa é gay, procura a Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?” Em 2018, um chileno contou que o papa lhe disse que Deus o fez gay e o ama assim. Em 2019, o pontífice comparou políticos e líderes de governo que atacam homossexuais, ciganos, judeus a Adolf Hitler.
“Não é uma coincidência que, por vezes, ressurjam símbolos típicos do nazismo. Devo confessar a vocês que quando escuto um discurso de alguém responsável por uma ordem ou governo (contra homossexuais, judeus e ciganos), lembro dos discursos de Hitler em 1934 e 1936”, afirmou o pontífice.
Fonte: O Liberal