Sete pessoas, sendo cinco homens e duas mulheres, foram presas nesta terça-feira (24) durante a “Operação Rondon”, deflagrada pela Polícia Civil do Pará, nas cidades de Rondonópolis (MT) e Naviraí (MS). A ação tinha como objetivo dar cumprimento a 30 mandados judiciais – 10 de prisão e 20 de busca e apreensão domiciliar. Seis prisões ocorreram no município de Rondonópolis e uma em Naviraí.
As medidas cautelares são oriundas de investigações de golpes praticados em plataformas de venda de veículos em Belém e municípios do interior do Pará, além de outros estados do país.
Os trabalhos foram coordenados pela Divisão de Combate a Crimes Econômicos e Patrimoniais Praticados por Meios Cibernéticos (DCCEP) e tiveram apoio operacional da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos da Polícia Civil do Mato Grosso (PC-MT).
Segundo a delegada Vanessa Lee, titular da divisão, as prisões ocorreram após diversas vítimas terem procurado a Polícia Civil, informando que tinham sido vítimas, no Pará, de um golpe praticado em plataformas de venda de veículos.
“Os criminosos publicam anúncios em plataformas digitais de compra e venda de veículos de luxo em valores inferiores ao valor real de mercado, com o fim de atrair as vítimas. Em seguida, após a conversa enganosa, obtém vantagem indevida por meio de transferências financeiras. Ao final da falsa negociação, a vítima transfere o valor da venda, achando que está transferindo para o proprietário do veículo, mas na verdade acaba transferindo para uma conta pertencente aos golpistas”, detalhou a delegada.
A delegada informou ainda que, de posse dos dados das vítimas, os criminosos realizavam cessões financeiras fraudulentas para outras contas bancárias, saques em ATM, cheque especial, uso de cartão de crédito e outras modalidades de transferências de recursos, configurando lavagem de dinheiro.
Segundo as investigações da Polícia Civil, todos os presos possuem envolvimento com narcotráfico e roubos e furtos de carga e veículos.
“Após buscas no município de Jaciara (MT), os policiais civis do Pará deram cumprimento de mandado de prisão preventiva em desfavor de uma mulher, que estava foragida. Segundo as investigações, ela foi beneficiária de R$ 150 mil desviados. Ela também já responde pelos crimes de tráfico internacional de drogas no município de Naviraí, na fronteira com o Paraguai”, contou a delegada.
O delegado-geral de Polícia Civil, Walter Resende, destacou a importância do trabalho realizado em parceria com a Polícia Judiciária do Mato Grosso. “Esse trabalho integrado é importante para dar celeridade às investigações e localização dos indiciados. A PCPA seguirá vigilante para enfrentar crimes virtuais e responsabilizar quem venha a praticar qualquer tipo de ato ilícito”, destacou.
Desdobramento
As investigações apuraram que a associação criminosa era responsável por fraudes pelos meios cibernéticos para financiar outras atividades ilícitas, como o narcotráfico e o roubo de cargas e veículos na região de Mato Grosso.
“Cabe ressaltar que um dos investigados foi preso próximo à fronteira do Paraguai, quando tentava entrar no país vizinho com uma caminhonete oriunda de roubo. Ele era um dos beneficiários da fraude investigada. Além dos crimes de fraude eletrônica, os investigados estão sendo indiciados pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Houve o bloqueio financeiro de 18 contas bancárias pertencentes ao grupo criminoso, além de apreensões de equipamentos eletrônicos e cartões bancários, que serão periciados e analisados para subsidiar a investigação criminal”, acrescentou Walter Resende.
Com as prisões, a Polícia Civil acredita que haverá redução nesse tipo de crime no Pará, pois a associação criminosa era responsável pela criação e manutenção de diversos anúncios fraudulentos nas plataformas digitais de venda de veículos.
As diligências continuam para reunir elementos para maior embasamento do inquérito que apura o caso. Os presos, após os procedimentos cabíveis, foram encaminhados ao sistema prisional, onde ficarão à disposição da Justiça para providências posteriores.
Fonte: O Liberal