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Polícia instaura inquérito para apurar tiro contra indígena no Pará

Diligências estão sendo feitas para localizar vigilante da empresa privada, identificado como autor do disparo que atingiu um indígena pelas autoridades policiais, segundo a Segup. Já empresa, alega que foi invadida, alvo de ameaças e que registrou boletins de ocorrência.

Indígena baleado em aldeia no Pará — Foto: Reprodução
Indígena baleado em aldeia no Pará — Foto: Reprodução
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Um vigilante de uma empresa privada foi identificado como o autor do disparo que atingiu um indígena nesta sexta-feira (4), em Tomé-Açú (PA). A informação é da Secretaria de Segurança Pública (Segup).

Buscas estão sendo feitas para localizar o suspeito e a segurança na área foi reforçada, segundo a Segup. Um inquérito policial será instaurado para esclarecimento do caso.

Já a empresa alega que sua fazenda foi invadida por cerca de 30 pessoas e que três Boletins de Ocorrência foram registrados desde 8 de julho.

Um indígena da etnia Tembé foi baleado nesta sexta-feira (4) dentro da aldeia Bananal, segundo o Ministério Público Federal (MPF).

Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra a vítima sendo socorrida após ser atingida entre as pernas.

A vítima foi encaminhada para Belém e o estado de saúde é estável . As lideranças participarão da Cúpula dos Povos Indígenas e informaram que denunciarão a violência.

O MPF enviou ofício à Justiça Estadual de Tomé-Açu, solicitando informações sobre o caso.

A Associação Indígena Tembé Vale do Acará relatou ao Ministério Público que “a comunidade (indígena) verificou forte e ostensivo grupamento de Polícia Militar especializada no município e que, nesta sexta-feira, passaram a intervir de maneira truculenta no local ocupado pela comunidade indígena, acompanhadas de seguranças fortemente armados da empresa Brasil Bio Fuels (BBF), interditando ponte de que dá acesso à área de ocupação”.

A Segup negou que o ocorrido tenha sido resultado de ação policial.

Já empresa, disse em nota que:

“Na manhã desta última sexta-feira, um batalhão especializado da Polícia Militar se deslocou à Fazenda Rio Negro com o objetivo de retirar os invasores do local e permitir que os trabalhadores pudessem realizar suas atividades laborais. Ao chegar no local, o grupo de invasores indígenas hostilizou os oficiais do batalhão da PM/CME e ameaçou a equipe de segurança privada terceirizada da empresa, que resguardava as instalações físicas da sede da Fazenda. Ao final da tarde, após a saída do efetivo da PM, mais de 100 invasores armados com terçados, facas, armas de fogo e armas caseiras, entraram em conflito com trabalhadores, incendiando e destruindo as instalações físicas da fazenda, maquinários e equipamentos da empresa, cumprindo assim as ameaças que vinham sendo realizadas desde 06 de julho e registradas nos boletins de ocorrência relatados acima”, diz um trecho da nota da empresa.

“Em relação ao invasor indígena supostamente baleado no local invadido, o Grupo BBF segue prestando todo o apoio jurídico, roll de evidências e esclarecimentos necessários para os órgãos de segurança pública do Estado do Pará com o objetivo de uma rápida solução do caso”, informou a empresa em outro trecho.

Policiais fazem ação em Tomé-Açú, em área de conflito entre indígenas e empresa exploradora de dendê no Pará. — Foto: Reprodução / Redes sociais
Policiais fazem ação em Tomé-Açú, em área de conflito entre indígenas e empresa exploradora de dendê no Pará. — Foto: Reprodução / Redes sociais

Em representação enviada à Procuradoria da República no Pará, os indígenas citam que “comunidades Tembé e quilombolas da região passam por momento de conflito com empresas produtoras e extratoras de óleo de palma, considerando que as várias arbitrariedades praticadas por essas empresas, apesar de denunciadas, sequer têm tido o devido andamento no foro local”.

Fonte: G1 Pará

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