Um mutirão de consultas e cirurgias oftalmológicas tem feito a diferença na cidade de Altamira, no sudoeste do Pará. A iniciativa está transformando vidas e devolvendo a esperança a muitos habitantes da região. Promovida com dedicação pela Prefeitura de Altamira, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), a ação é realizada no Hospital Geral de Altamira e tem proporcionado melhor qualidade de vida com o restabelecimento da visão de centenas de pessoas.
Iniciado neste mês de agosto, 245 pessoas passarão por atendimentos oftalmológicos, que vão devolver a alegria de viver, para quem agora vai poder voltar a enxergar. Entre os participantes está Dina de Souza Farias, de 87 anos, que estava no setor de triagem, aguardando atendimento e que anseia voltar a mergulhar nas páginas de seus livros. Com a catarata, Dina percebeu dificuldade em ler suas palavras favoritas na bíblia. No entanto, com o mutirão, ela já pensa na visão restabelecida, devolvendo a ela a capacidade de voltar a ler seus preciosos livros. “Eu espero em Deus que eu consiga. Eu vim hoje aqui para ver se eu consigo a cirurgia dos meus olhos que tem catarata. Não quero mais ir em Belém (para atendimento médico), eu estou cansada de andar de ônibus”, disse.
A iniciativa, conduzida pela Sesma, não se limita apenas a cirurgias de catarata e pterígio, mas também oferece consultas oftalmológicas completas, incluindo todos os encaminhamentos necessários para procedimentos especializados. Não há restrições quanto aos pacientes elegíveis para as cirurgias, garantindo que todos os que necessitam possam receber a devida atenção oftalmológica. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 285 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de deficiências visuais, sendo que a maioria dos casos poderia ser prevenida ou tratada com eficácia – entre 60% e 80%.
Taiara Cecília é outra beneficiada pelo programa e compartilhou sua alegria ao se aproximar da cirurgia oftalmológica de pterígio. Ela expressou sua gratidão ao médico que a tratou. “Graças a Deus o doutor foi excelente comigo, olhou na minha cara, olhou nos meus olhos direitinho, e falou da cirurgia. Meu problema me incomoda muito, tá coçando, o olho sempre vermelho, e as pessoas perguntam o tempo todo se eu estou chorando, e isso atrapalha muito. Hoje estou realizando meu sonho e recomendo que todas as pessoas com problemas nos olhos procurem a Unidade de Saúde, para ter acesso a essa cirurgia libertadora”, afirmou.
O lançamento do mutirão de consultas e procedimentos oftalmológicos surge como um marco importante para a comunidade, trazendo benefícios substanciais. “Temos a preocupação com a saúde ocular e nos últimos 2 anos tem aumentado a quantidade de cirurgias e o mutirão vem beneficiar muito a população”, afirmou o médico Carlos Alves que atua há 12 anos no município. Ele também enfatizou a alta eficácia desses procedimentos. “A gente tem além da demanda uma alta resolutividade. São pouquíssimos os pacientes que precisam sair do município e fazer tratamento fora. Mais de 90% dos pacientes que passam pelo ambulatório conseguem ter a resolutividade aqui em Altamira”, completou.
Conforme as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), todos os serviços especializados na área da saúde devem ser acessados por meio da Unidade Básica de Saúde (UBS). Portanto, é de extrema importância que os pacientes se dirijam à UBS mais próxima de sua residência para receber a avaliação médica inicial e, se necessário, ser encaminhado ao profissional especialista.
Wilha Maria Borges, à frente da direção do Hospital Geral de Altamira, esclareceu os detalhes do procedimento de acesso ao mutirão oftalmológico. “O processo se inicia com os pacientes buscando atendimento clínico na Unidade Básica de Saúde (UBS) correspondente ao seu bairro. Quando há suspeitas de problemas de visão ou alguma alteração, os pacientes são encaminhados ao especialista em oftalmologia através da Central de Regulação. Após a consulta com o especialista, caso seja indicado, o médico solicita o encaminhamento para a cirurgia. O paciente então retorna à Central de Regulação para dar seguimento ao processo”, explicou.
Fonte: Ascom/PMA