Nascido em Cametá, município do Baixo Tocantins, mas morador de Marabá há 56 anos, o agricultor Rubens Miranda foi ver de perto, pela primeira vez, um festival de cacau e chocolate. Ele disse que gostou do que viu e provou, e das várias atividades. Junto com outros produtores rurais, de diferentes regiões de Integração, ele acompanhou o simpósio e o fórum realizado no Chocolat Xingu, em Altamira, e visitou os estandes de produtos e serviços.
Assim como Rubens Miranda, o agricultor Adnaldo Lira, de Goianésia do Pará, também participou pela primeira vez do festival, e garantiu ter gostado de conhecer de perto o potencial do cacau da região da Transamazônica (BR-230) e dos contatos que obteve durante a programação.
Os dois agricultores foram apresentados ao Chocolat Xingu pela Regional de Carajás da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), responsável pela realização do festival internacional, em parceria com a Prefeitura de Altamira.
O coordenador da Regional, Fábio Oliveira, disse que o objetivo foi estimular os produtores a ver que é possível a verticalização da produção. Eles conversaram com outros produtores de cacau e também que trabalham com chocolate, fizeram contatos, participaram do simpósio e do fórum e adquiriram conhecimento, trocaram ideias. O importante é isso: o produtor conversar com outro produtor e ver que é possível produzir amêndoa para venda e, num futuro muito próximo, ele agregar valor a essa amêndoa”, destacou Fábio Oliveira.
Aprendizado – Para Rubens Miranda, um dos aprendizados que levará de Altamira para Marabá é o cuidado a ser tomado com a Monilíase, doença que afeta a lavoura do cacau e tem sido intensamente combatida pelo governo do Estado e instituições parceiras, para que não chegue ao Pará e, se chegar, cause o menor dano possível. Durante o Fórum da Cacauicultura, realizado na sexta-feira (14), o tema foi amplamente discutido por especialistas.
O agricultor contou que, após esclarecer muitas dúvidas, adotará as medidas aprendidas no evento. “Todo o nosso trabalho é voltado para a tecnologia do ABC, do baixo carbono, com o apoio da Sedap, Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira). Mas hoje aprendemos que até com a nossa roupa a gente tem que tomar cuidado, pois o fungo pode chegar à plantação por ela”, acrescentou.
Adnaldo Lira também disse que está levando para seu município uma bagagem de conhecimentos. “Durante esses dias que ficamos aqui vamos levar muito conhecimento, vendo esse potencial que tem aqui na região de Altamira, a gente vê que é o futuro. Desde 2012, a gente trabalha com SAF (Sistema Agroflorestal), e a Sedap foi um dos parceiros que iniciaram com a gente junto com o Ideflor (Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade), e hoje nós só temos agradecer por esse momento especial que passamos com a vinda a este festival. Foi um grande aprendizado”, afirmou.
O Chocolat Xingu 2024 foi aberto na última quinta-feira (13) e prossegue até este domingo (16/6), no Centro de Eventos Vilmar Soares, centro de Altamira, na Região de Integração Xingu.