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Altamira realiza 23ª edição do Pacu de Seringa e bate recorde de público

Foto: Wilson Soares
Foto: Wilson Soares
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Fotos e texto: Wilson Soares / A Voz do Xingu

Altamira, no sudoeste do Pará, foi palco neste fim de semana da 23ª edição do tradicional Festival de Pesca Esportiva “Pacu de Seringa”. Realizado entre os dias 19 e 21 de abril, o evento reuniu cerca de 700 competidores, distribuídos em 140 equipes, todos com o objetivo de fisgar o maior exemplar da espécie típica do Médio Xingu. Organizado pelo Xingu Praia Clube, com apoio da Prefeitura de Altamira e da Norte Energia, o torneio registrou recorde de participantes nesta edição.

Foto: Wilson Soares

As atividades começaram na noite de sábado (19) com a entrega dos kits aos competidores. “A adrenalina tá lá em cima”, comentou William Ferreira Cardoso, que participou do torneio pela primeira vez.

Na madrugada de domingo (20), por volta das 5h, as primeiras equipes partiram da rampa do Clube, ansiosas pela disputa. “A expectativa é sempre a melhor: pegar o maior peixe. Participo todo ano e espero conquistar o título novamente”, disse Gabriel Cavalcante, veterano com mais de 10 anos de participação no torneio.

Para o professor universitário Miqueias Calvi, mais do que competir, o evento é uma celebração. “Todos os anos participamos. O mais importante é se divertir, torcer pelos amigos e aproveitar o rio. É uma oportunidade de celebrar a pesca e a amizade.”

Professor Miqueias Calvi – participante / Foto: Wilson Soares

A primeira-dama de Altamira, Paola Abucater, também destacou a importância do torneio. “Minha expectativa é fisgar o maior peixe e vencer. A gente tem que ser competitivo e pensar positivo, porque o nosso Rio Xingu merece esse evento, feito de forma sustentável”, frisou ela, que já venceu uma edição anterior.

Inovação e sustentabilidade

A grande novidade deste ano foi a implementação de uma competição 100% digital. Ao capturar o peixe, os participantes deveriam gravar um vídeo registrando a medição do exemplar e, em seguida, devolvê-lo ao Rio Xingu. A disputa foi dividida em duas categorias: voadeiras com motores de até 40HP e acima de 40HP, ampliando a diversidade entre os competidores.

“No ano passado fizemos uma amostragem digital, e deu certo. Neste ano, inovamos com uma edição totalmente digital. Isso contribui para a preservação da espécie, já que o peixe é devolvido ao seu habitat natural”, explicou Pedro Sousa, da Comissão Organizadora.

Diretoria do Xingu Praia Clube – Foto: Wilson Soares

Durante todo o domingo, os pescadores enfrentaram o desafio de capturar o Pacu de Seringa, que pode chegar a até 5 kg e é conhecido por sua força e resistência. Por volta das 15h30, as primeiras equipes começaram a retornar ao Clube, onde centenas de pessoas aguardavam ansiosamente a chegada dos competidores. Cada equipe pôde apresentar até três vídeos para validação junto à Comissão Organizadora.

“Foi uma pescaria incrível! A minha equipe era formada por mim, meu pai e minhas irmãs. Demos o nome de ‘Para Tudo’ para a equipe”, contou, empolgada, a participante Thaís Martins.

Foto: Wilson Soares

Ao todo, foram fisgados 84 exemplares de Pacu de Seringa: 44 na categoria até 40HP e 40 na categoria acima de 40HP.

“Fiquei duas vezes, mas escaparam. Já minha esposa pegou um que salvou a pescaria!”, brincou o prefeito de Altamira, Loredan Mello, que participou ao lado da primeira-dama Paola Abucater e amigos.

Prefeito Loredan Mello com Odair de Pinho – presidente do Xingu Praia Clube – Foto: Wilson Soares

Em entrevista ao portal A Voz do Xingu, o prefeito destacou a importância da preservação. “Fazemos uma pesca consciente, devolvendo o peixe ao rio. Nossa meta agora é intensificar a fiscalização contra a pesca predatória, repovoar o rio com alevinos e incentivar os pescadores a adotarem tanques-rede. O peixe tem mais valor no rio do que na panela, especialmente o Pacu de Seringa, que é exclusivo do Xingu”, afirmou.

Premiação e cultura

Foto: Wilson Soares

A cerimônia de premiação ocorreu na tarde de segunda-feira (21/4), no palco do Xingu Praia Clube, com a presença de autoridades locais. Também foram entregues troféus e medalhas aos vencedores dos torneios esportivos realizados ao longo do mês.

Foto: Wilson Soares

O presidente do Clube, Odair de Pinho, destacou o impacto positivo do evento. “Este festival reúne pessoas de várias cidades de forma consciente, promovendo a preservação da espécie e fortalecendo o potencial turístico da nossa região. Além disso, movimenta a economia local.”

Vencedores por categoria:

Categoria até 40HP (86 equipes inscritas):

– Menor peixe: equipe nº 001, liderada por Flavio Rodrigues da Silva, com exemplar de 20,50 cm.

– Maior peixe: empate entre as equipes nº 042 e nº 105, ambas com exemplares de 42,50 cm. O troféu ficou com a equipe nº 042, liderada por Thaís Souza Martins, pois, de acordo com o regulamento, em caso de empate no tamanho do peixe, vence a equipe que apresentar o vídeo primeiro à Comissão Organizadora.

– Equipe campeã: nº 044, de José Maria Martins do Nascimento Júnior, com três exemplares somando 107 pontos.

Foto: Wilson Soares

Categoria acima de 40HP (54 equipes):

– Menor peixe: equipe nº 043, comandada por Erinaldo Silva dos Santos, com 20,50 cm.

– Maior peixe: equipe nº 101, de Cristiano Sales, com 43 cm.

– Equipe campeã: nº 121, liderada por Arinaldo Crispin, com três peixes somando 121 pontos.

Foto: Wilson Soares

As equipes que ficaram entre o 2º e o 5º lugar também receberam troféus e materiais de pesca.

A equipe nº 120 foi a sortuda vencedora do sorteio da voadeira com motor 30HP, realizado entre todas as equipes que cumpriram o regulamento. Outro bingo, aberto ao público, sorteou um casco de voadeira com motor 30HP.

Foto: Wilson Soares

A programação do evento contou ainda com apresentações culturais dos grupos folclóricos Exposição Bela Vista e Tradição Aparecida, além de shows da Banda A Musical, que animou o público com diversos ritmos.

Foto: Wilson Soares

Um símbolo da biodiversidade do Xingu

O Torneio de Pesca do Pacu de Seringa não tem fins lucrativos e tem como principais objetivos incentivar o turismo e o lazer, além de promover a conscientização ambiental. A competição é realizada durante o período de cheia do Rio Xingu, quando há maior concentração da espécie na região.

Foto: Wilson Soares

O Pacu de Seringa recebe esse nome por se alimentar, principalmente, dos frutos da seringueira — uma de suas principais fontes de alimento durante a temporada de chuvas. Endêmico da bacia do Xingu, o peixe é considerado um símbolo da biodiversidade local.

Foto: Wilson Soares

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Foto: Daniel Corrêa / A Voz do Xingu

Foto: Wilson Soares

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