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Amazônia Legal tem segundo pior outubro da história em alerta de desmatamento mesmo com dado parcial, aponta Inpe

Levantamento do instituto ainda não contabilizou áreas sob alerta de desmate nos últimos dois dias do mês. Na COP26, que acontece em Glasgow, na Escócia, o Brasil ignorou os recordes de devastação e prometeu acabar com o desmatamento ilegal até 2028.

Autoridades do Pará fiscalizam área desmatada na Amazônia em Pacajá, a 620 km de Belém, em 22 de setembro de 2021. — Foto: Evaristo Sá/AFP
Autoridades do Pará fiscalizam área desmatada na Amazônia em Pacajá, a 620 km de Belém, em 22 de setembro de 2021. — Foto: Evaristo Sá/AFP
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A Amazônia Legal teve uma área de 796 km² sob alerta de desmatamento até 29 de outubro, mostram dados atualizados nesta sexta-feira (5) pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Mesmo com o dado parcial, a área já é a segunda maior para o mês desde que o monitoramento começou, em 2015.

O acumulado considerando os dias 30 e 31 só será atualizado na semana que vem. Os dados do monitoramento do Inpe são atualizados sempre às sextas-feiras, considerando o desmatamento encontrado até a semana anterior. Por isso, nesta sexta (5), aparecem os dados consolidados até a sexta-feira passada (29).Áreas sob alerta de desmatamento na Amazônia Legal em outubro (2015-21)Mesmo com dado parcial, outubro já é o segundo pior mês da série histórica

Os alertas foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²) – tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

“Enquanto o mundo se reúne na COP 26 para definir cortes das emissões de gases do efeito estufa, o Brasil, que já foi líder nessas reuniões, não apresentou nada além de planos vazios que carecem de ambição e detalhamento”, avaliou Rômulo Batista, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace, em relação aos números de outubro (veja detalhes da promessa do Brasil na COP mais abaixo).

“Assinar ou endossar os diferentes planos e acordos não muda a realidade do chão da floresta, o desmatamento e queimadas continuam fora de controle e a violência contra os povos indígenas e população tradicional só aumenta”, acrescentou.

“Esse total descontrole ambiental fez com que o Brasil fosse um dos poucos países a aumentar suas emissões em 2020, impulsionado justamente pela destruição da Amazônia, promovida pela política antiambiental do atual governo”, completou Batista.

‘Campeões’ do desmatamento

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

Mais uma vez, o Pará foi o estado com maior área sob alerta de desmatamento: 474km², equivalente a 59,5% do total. Em seguida vieram Mato Grosso, com 102km² (12,8%), Amazonas, com 90km² (11,3%), e Rondônia, com 79km² (9,9%).

O Acre teve 35km² sob alerta; Roraima, 8km²; o Maranhão, 4km²; o Amapá, 2km²; e o Tocantins, 1km².

Brasil na COP

Na COP26, que está sendo realizada em Glasgow, na Escócia, o Brasil ignorou os recordes de devastação e prometeu acabar com o desmatamento ilegal até 2028. 

Segundo o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, as etapas para cumprir o objetivo serão as seguintes:

  • Redução de 15% ao ano até 2024;
  • Redução de 40% ao ano em 2025 e em 2026;
  • Redução de 50% em 2027;
  • Zerar o desmatamento ilegal em 2028.

Neste ano, o desmatamento por mineração na Amazônia bateu recorde: a área devastada até agosto superou todo o ano de 2020.  

Fonte: G1 PA

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