O Tribunal de Justiça do Pará aceitou um pedido do Ministério Público do Pará (MPPA) para que o acusado de ser um dos mandantes da rebelião conhecida como o Massacre do Presídio de Altamira seja julgado em Belém. Este será o primeiro julgamento do caso. Porém, a data não foi estabelecida.
A rebelião completou cinco anos em 29 de julho e resultou nas mortes 62 detentos, 58 deles no presídio de Altamira e quatro durante a transferência.
A decisão da Justiça divulgada na terça-feira (30 de julho) foi tomada por desembargadores da Seção de Direito Penal após a defesa do réu Luziel Barbosa pedir a troca do julgamento, que inicialmente seria em Altamira, para a cidade de Marabá, apontando que poderia haver parcialidade do júri, em virtude da grande repercussão que o caso teve na região.
O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) no entanto, se manifestou nos autos, alegando que a transferência do julgamento não deveria ser para Marabá e sim para Belém, o que foi aceito pela Justiça.
O pedido do MPPA foi caeito pela Justiça e ficou definido que a comarca da capital paraense deve julgar o réu. Além disso, o MPPA trouxe argumentos sobre a necessidade de assegurar a segurança do fórum local, diante da dúvida sobre a imparcialidade do júri e da grande repercussão do caso.
“Logo, comprovada, in casu, a dúvida fundada sobre a imparcialidade do júri nas Comarcas da região, necessária se revela a determinação do desaforamento do julgamento, que entendo pertinente ser para a Capital”, definiu o relator do processo, desembargador Leonam Gondim da Cruz Júnior.
O massacre
A rebelião ocorreu, em 29 de julho de 2019, no Centro de Recuperação Regional de Altamira, sudoeste do Pará, e marcou a história do sistema penitenciário do estado, a partir de um conflito entre dois grupos rivais. Uma ala inteira ficou destruída, onde ficava uma cela container.
No presídio, 58 detentos foram mortos, a maioria, por asfixia. Dezesseis deles foram decapitados. Os líderes do motim foram transferidos para outras unidades prisionais do estado e até para presídios federais.
Durante a transferência para Marabá, um dia após o massacre, quatro detentos foram mortos dentro de um caminhão-cela. Ao todo foram 62 mortes.
A unidade penitenciária foi desativada, após o episódio. Os detentos que estavam custodiados foram transferidos para o Complexo Penitenciário de Vitória do Xingu.
Massacre no presídio de Altamira — Foto: Arte/G1
Fonte: G1 Santarém e Região