Os preços do cacau seguem batendo recordes na bolsa de Nova York. Após subirem mais de 5% na véspera, os lotes da amêndoa para maio fecharam em alta de 4,77%, para US$ 7.049, superando assim o recorde alcançado no final de fevereiro, quando a commodity foi cotada a US$ 6.884 a tonelada. Os motivos para a alta do cacau permanecem os mesmos: os problemas de produção na Costa do Marfim, o maior produtor mundial, e em Gana, segundo principal fornecedor.
O clima nessas regiões favorece o pessimismo com a oferta para 2023/24, que enfrentará o terceiro déficit consecutivo.
“As chuvas ficaram abaixo da média em áreas produtoras da Costa do Marfim e de Gana em fevereiro, e os mapas indicam que as precipitações serão insuficientes também neste mês”, destaca Leonardo Rossetti, analista de inteligência de mercado da StoneX.
As entregas de cacau nos portos da Costa do Marfim também corroboram com os preços históricos. O volume chegou a 27 mil toneladas na semana encerrada em 10 de março, acima das 18 mil na mesma semana do ano passado. No entanto, as entregas desde o início da temporada, em 1º de outubro, estão 28,1% abaixo do ano anterior, em 1,114 milhão de toneladas.
Soma-se a esse cenário, as perspectivas ruins com a produção da safra intermediária, que será colhida a partir de abril. Autoridades da Costa do Marfim esperam que a produção intermediária fique pelo menos 20% inferior à do ano passado.
Quando o cacau deve cair?
Na visão do analista da StoneX, não há no curto prazo chances de uma queda muito forte nos preços do cacau na bolsa. Segundo ele, correções pontuais devem acontecer nas próximas semanas, mas sem chances de reverter a forte tendência de alta.
“Há uma percepção de que a demanda está diminuindo, mas de forma lenta. Em termos de oferta a questão é crítica para o cacau. Assim, pode ser que os resultados de moagem, que serão divulgados a partir de abril, tragam dados que possam apoiar alguma correção. Até lá, não vejo nenhuma notícia que pode mudar a direção dos preços”, observa Rossetti.
Café
O café avançou na bolsa de Nova York após duas quedas consecutivas. Os contratos do arábica para maio fecharam em alta de 0,49%, cotados a US$ 1,8590 a libra-peso.
Açucar
Investidores no mercado do açúcar embolsaram lucros após uma alta de quase 3% na sessão da véspera em Nova York. Os lotes do demerara para maio fecharam em queda de 0,27%, a 21,89 centavos de dólar por libra-peso.
Suco de laranja
Nos negócios do suco de laranja, os lotes do produto concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) para maio fecharam em alta de 0,24%, para US$ 3,5475 a libra-peso.
Algodão
Por fim, no mercado do algodão na bolsa nova-iorquina, os contratos para maio fecharam em alta de 0,18%, a 95,23 centavos de dólar por libra-peso.
Fonte: Globo Rural