Mesmo sem muita experiência profissional, os jovens de 18 a 24 anos podem encontrar vagas disponíveis no mercado de trabalho, especialmente se forem egressos de programas de aprendizagem ou tiverem educação profissional e técnica. Na opinião do administrador de empresas e especialista em mercado de trabalho Rogério Moura, as empresas buscam pessoas jovens por causa de sua capacidade de desenvolver habilidades e competências com agilidade.
“Estamos falando de uma geração 100% tecnológica, o que representa a maioria das oportunidades do mercado. O que as empresas mais querem nessas pessoas é justamente a agilidade, para molda-los de acordo com as políticas internas da empresa e proporcionar maior capacidade de desenvolvimento profissional“, avalia.
Geralmente, segundo Rogério, os jovens que conseguem uma oportunidade no mercado tendem a se interessar pelo trabalho e buscam estar atentos à qualificação. As vagas mais interessantes são as que podem proporcionar aos jovens colaboradores a oportunidade de continuar se desenvolvendo na empresa, geralmente em áreas relacionadas ao setor administrativo, diz o especialista.
Perfil
Seguindo uma tendência, boa parte das organizações de capital aberto tem programas voltados para jovens, com o objetivo de capacitar esses novos profissionais, que podem, depois, seguir uma carreira dentro dessa empresa. “A ideia é que esses jovens tenham mais agilidade nos processos que eles sejam mais inteirados com relação à própria tecnologia, porque já são 100% tecnológicos, então, diante desse fator, eles têm mais facilidade para lidar com questões sistêmicas. Nós sabemos que a tecnologia hoje está dentro de qualquer empresa e, principalmente, a área administrativa, financeira e de contabilidade estão muito voltadas para isso”.
Compreendendo melhor o ambiente digital e os meios tecnológicos, Rogério diz que os jovens, inclusive, podem ter vantagem sobre pessoas de gerações mais antigas. E mesmo os que não estão tão atualizados podem se capacitar e manter seus empregos diante dessa nova performance.
Mas algumas atitudes podem ser evitadas pelos jovens profissionais, porque são mal vistas dentro do mercado. Um exemplo é a falta de responsabilidade. O especialista cita, por exemplo, as pessoas que gostam de se divertir, mas não sabem seus limites. “Pode haver algum deslize que vai fazer com que eles se prejudiquem com relação à própria pontualidade, responsabilidade e produtividade dentro da organização. Eles precisam ter atenção a isto para crescer profissionalmente, e buscar ficar longe de más influências ter amizades com pessoas que buscam o crescimento profissional e a estabilidade”, orienta.
Jovem profissional
A técnica de enfermagem Ana Larissa Albuquerque, de 24 anos, já trabalha há quase um ano e meio na área de sua formação e conta que ter uma experiência anterior, mesmo que pequena, foi uma das coisas que a ajudaram a garantir uma vaga de emprego. Embora tenha se formado aos 20 anos, só conseguiu uma oportunidade formal aos 23, mas, antes disso, se dedicou ao voluntariado.
“Acredito que a experiência, vindo cedo, faz você conseguir ter mais oportunidades ao longo da vida. Infelizmente, nem sempre a pessoa consegue entrar no mercado sem uma indicação, mas acredito que os jovens que começam a trabalhar cedo adquirem habilidades e competências importantes. Isso ajuda a amadurecer mais rápido e valorizar suas conquistas, ter mais responsabilidade e ser mais assíduo”, retrata.
Em sua profissão, Ana Larissa trabalha com pessoas que, na maioria das vezes, estão doentes, e nessa área ela diz que aprende um pouco todos os dias com cada paciente, aprendendo a ter mais empatia, a valorizar mais a vida e a reclamar menos. O que conta para ela na hora de se candidatar a uma vaga é a possibilidade de crescimento na carreira.
Requisitos
A mestre em administração, consultora e coordenadora do curso de administração da Universidade da Amazônia (Unama) Alessandra Meirelles diz que os jovens devem ficar atentos às oportunidades oferecidas no mercado, para desenvolver o aprendizado, autoconfiança, conhecimento e responsabilidade.
“Toda oportunidade que surja, mesmo que o emprego não seja exatamente o que você almeja, que fique claro que, aceitando e se inserindo no mercado de trabalho, você está se colocando em uma vitrine e que é muito mais fácil conseguir um outro emprego que faça jus ao que você almeja estando dentro do mercado”, indica. No geral, a professora aponta que boas áreas são engenharia, direito, jornalismo, tecnologias, computação e administração.
As organizações buscam alguns atributos quando contratam pessoas mais novas, segundo ela: inteligência emocional, comportamento, postura, facilidade de trabalhar em equipe, facilidade em se expressar, saber comunicar, falar em público, ter boa oratória, ser assertivo e objetivo, capacidade de negociação, gerenciamento e liderança, ter um bom networking, entre outros. Mesmo sem experiência, tendo essas práticas requisitadas é possível garantir uma estabilidade dentro da empresa onde se trabalha.
Fonte: O Liberal