Embarcações que operam na região do Xingu, sudoeste do Pará, enfrentam sérias dificuldades de navegabilidade em razão da seca extrema. Na última quinta-feira, 21 de novembro, uma balsa que transportava passageiros e cargas no trajeto entre as cidades de Almeirim e Vitória do Xingu, encalhou no Rio Xingu, nas proximidades do local conhecido como Praia do Meio. A embarcação de grande porte só foi liberada cinco dias depois, com o auxílio de uma máquina que precisou entrar no leito do rio. (Assista o vídeo abaixo).
O comandante da balsa, Ronaldo Torres, relatou em entrevista à TV Vitória, afiliada da Record TV, que precisou contar com o apoio de outras embarcações para que os passageiros conseguissem seguir viagem.
Segundo ele, a situação de navegabilidade no rio tem se tornado cada vez mais crítica para quem depende dessa atividade. “Apesar de existir uma rota alternativa para embarque e desembarque, os custos são significativamente mais altos do que trafegar pela rota normal”, afirmou.
Além do encalhe da balsa, outros transportadores locais têm relatado os desafios diários causados pela estiagem. Dercival Sena, piloto de lancha que navega frequentemente pela região, explicou que não apenas as grandes embarcações são afetadas, mas também barcos menores, o que resulta em atrasos e transtornos frequentes. “A seca deste ano prejudicou todo mundo. Não são apenas as grandes embarcações; nós, que trabalhamos com embarcações menores, também estamos enfrentando dificuldades para navegar”, disse o piloto.
Este é o segundo ano consecutivo em que a região do Xingu enfrenta uma seca severa, gerando impactos significativos não apenas para a navegação, mas também para a economia local. O porto fluvial de Vitória do Xingu, o único da região que atende a diversos municípios ao longo da Transamazônica, é um dos principais afetados, agravando ainda mais a situação de quem depende do transporte fluvial para sustento e desenvolvimento.
Por Wilson Soares – A Voz do Xingu (com informações da repórter Patrícia Pires – TV Vitória)