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Imaflora estima que safra de sementes de cumaru renda mais de R$ 740 mil para comunitários de Alenquer e Oriximiná, no PA

Atualmente, há mais de 200 extrativistas apoiados nas duas cidades, que comercializam o produto junto a uma cooperativa integrada por por indígenas, quilombolas e ribeirinhos.

Foto: Coopaflora/Divulgação
Foto: Coopaflora/Divulgação
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A safra de cumaru, que se estenderá até meados do mês de dezembro, deve comercializar este ano 10,5 toneladas de sementes secas e selecionadas. A estimativa é que mais de R$ 740 mil sejam movimentado para as comunidades extrativistas que vivem da coleta e venda do produto em Alenquer e Oriximiná, no oeste do Pará.

Os dados do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), mostram ainda que a atividade, que contribui para a geração de renda de indígenas, quilombolas e ribeirinhos da Coopaflora, tem no município de Alenquer um dos principais polos de cumaru do país, com 36% da produção brasileira registrada entre os anos de 2016 e 2018.

Por esse motivo, está sendo desenvolvido um viveiro em Alenquer, localizado no Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Paraíso. A previsão é que, a partir de 2022, sejam produzidas entre 30 mil e 60 mil mudas por ano de espécies como Cumaru, Castanha-do-Brasil, Andiroba, Ipê, Cedro, Mogno e Massaranduba; além de espécies frutíferas como açaí, cupuaçu, cacau, graviola e acerola.

A semente de cumaru pode ser utilizada tanto na indústria de cosméticos (composição de fragrâncias) quanto na gastronomia, sendo usada para incrementar receitas de sobremesas e até mesmo bebidas.

O gerente de projetos do Imaflora, Eduardo Trevisan, explica que o viveiro deve permitir que agricultores familiares convertam áreas atualmente sem uso ou ocupadas por pastagens degradadas, por sistemas agroflorestais biodiversos com foco na soberania alimentar e geração de renda a partir da comercialização do excedente da produção.

Além disso, também oferece a oportunidade da associação representante do território planejar a recuperação de áreas desmatadas com o plantio de espécies florestais que contribuem com serviços ambientais, gerando renda para a comunidade por meio da venda de produtos florestais não madeireiros.

Um dos eixos de atuação do Imaflora é a promoção de cadeias florestais e agropecuárias responsáveis, e desde 2010, por meio do programa Florestas de Valor, desenvolvido pelo Imaflora, patrocinado pelo Programa Petrobras Socioambiental e financiado pelo Instituto Moreira Salles e Fundo Amazônia/BNDES.

Assim, a organização contribui para a estruturação da cadeia produtiva do cumaru em Oriximiná e Alenquer, promovendo o comércio ético e justo junto a empresas, que pagam um valor acima da média de mercado pela produção.

Atualmente, há mais de 200 extrativistas apoiados nas duas cidades, que comercializam esse produto junto a Cooperativa Mista dos Povos e Comunidades Tradicionais da Calha Norte (Coopaflora), formada por indígenas, quilombolas e ribeirinhos.

Para operacionalizar a cadeia em Alenquer, foram estabelecidos dois entrepostos comunitários no PDS Paraíso e instalados secadores solares para as sementes, além de treinamento por consultores da empresa e técnicos do Imaflora para garantir a qualidade do produto.

Em Oriximiná, um entreposto foi estabelecido na sede da Cooperativa na zona urbana da cidade e outro foi estabelecido em território quilombola na zona rural.

Cumaru em sementes foi comercializado para uma empresa inglesa — Foto: Coopaflora/Divulgação

Cumaru em sementes foi comercializado para uma empresa inglesa — Foto: Coopaflora/Divulgação

“Fora a geração de renda e conservação da floresta, o extrativismo também é um aliado no monitoramento do território, já que os extrativistas percorrem longos trajetos até chegar nas áreas de coleta e, nesse deslocamento, podem identificar invasões e áreas desmatadas”, explica Jonas Gebara, coordenador de projetos do Imaflora.

Recentemente, o Instituto lançou o aplicativo “Terra on Track”, que auxilia as comunidades extrativistas na detecção de focos de incêndio e desmatamento em áreas florestais. Além de gerar alertas para ameaças, as informações levantadas também podem ser usadas para gestão dos territórios, o que ajuda também na tomada de decisões sobre melhores áreas de plantio ou extrativismo, por exemplo.

Sobre o Imaflora

O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) é uma associação civil sem fins lucrativos, criada em 1995 sob a premissa de que a melhor forma de conservar as florestas tropicais é dar a elas uma destinação econômica, associada a boas práticas de manejo e à gestão responsável dos recursos naturais.

O Imaflora busca influenciar as cadeias produtivas dos produtos de origem florestal e agrícola, colaborar para a elaboração e implementação de políticas de interesse público e fazer a diferença nas regiões em que atua, criando modelos de uso da terra e de desenvolvimento sustentável que possam ser reproduzidos em diferentes municípios, regiões e biomas do país.

Fonte: G1 Santarém

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