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Indígenas do Médio Xingu iniciam jornada de empreendedorismo sustentável para montar ou aprimorar seus próprios negócios

Norte Energia promove oficina com objetivo de despertar o empreendedorismo dos povos indígenas

Crédito das fotos: Excelência Divulgações - Daniel Balestre
Crédito das fotos: Excelência Divulgações - Daniel Balestre
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Indígenas citadinos e ribeirinhos do Médio Xingu participaram, neste mês, da primeira fase do programa Belo Monte Empreende, promovido pela Norte Energia, empresa privada concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em parceria com o Centro de Empreendedorismo da Amazônia (CEA). Os 27 participantes pertencentes às etnias Xipaya, Curuaia e Juruna apresentaram ideias de negócios sustentáveis que desejam criar ou expandir. 

Esta é a 11ª edição da oficina Despertar, como é chamada essa etapa inicial do programa, desde o seu início, em agosto do ano passado, mas é a primeira vez que o evento é destinado exclusivamente a comunidades tradicionais. O objetivo do Despertar é dar orientação a esses empreendedores para o desenvolvimento de cada projeto ao longo das outras etapas do Belo Monte Empreende. 

Morador de Altamira, o artesão Kanauã Curuaia, de 20 anos, disse que a oficina é muito importante para potencializar os pequenos negócios que já existem na região. Ele conta que já trabalha com a produção de pulseiras, cordões e outros itens feitos à base de miçangas e de sementes da floresta amazônica, mas está em busca de aprimoramento.

Crédito da foto: Excelência Divulgações – Daniel Balestre

“O nosso projeto tem por base a divulgação desse artesanato, preservando o meio ambiente, sem agredir a natureza. Uma oficina como essa, de capacitação, é muito boa para desenvolvermos o que nós, indígenas, já temos em nossas mãos”, disse Kanauã.

A agricultora Katyana Xipaya, de 36 anos, moradora da região da Volta Grande do Xingu, conta que aprendeu a lidar com frutas e ervas da região observando seu avô, que a ensinou técnicas desde a plantação até o armazenamento. A partir dessa experiência promovida pelo Belo Monte Empreende, ela pretende montar uma empresa de desidratação de banana, goiaba, castanhas e outros produtos naturais.

Crédito da foto: Excelência Divulgações – Daniel Balestre

“Nosso projeto é voltado a fazer chegar à mesa do consumidor um produto indígena de qualidade. Produtos desidratados vêm de fora, sendo que a nossa região é rica em frutas. E esse evento voltado ao empreendedorismo tem uma importância muito grande para nós, indígenas. Vai trazer um grande benefício, abrindo a mente para que possamos despertar a alma do negócio que temos dentro de nós”, frisou Katyana.

Crédito da foto: Excelência Divulgações – Daniel Balestre

O gerente de Projetos de Sustentabilidade da Norte Energia, Thomás Sottili, explica que o programa é uma forma de despertar ainda mais os potenciais dessas comunidades na sua própria região por meio de projetos sustentáveis e de responsabilidade social. “São produtos e ideias de negócios que podem trazer geração de trabalho e renda. Durante as próximas fases, teremos um acompanhamento próximo a eles, de técnicas voltadas a questões como imagem, marketing, visitas de campo, modelagem de negócios, melhoria de produtos, prototipagem entre outras atividades. Ou seja, a gente espera que ao final desses dois anos do programa, tenhamos essas ideias bem lapidadas para serem inseridas no mercado”, conclui Thomás.

Para o gerente de projetos do CEA, Alann Rezende, o fato de essas comunidades já serem ativas em várias cadeias produtivas, como artesanato, turismo, gastronomia, cultura do cacau e de frutas da região, evidencia ainda mais a importância do programa Belo Monte Empreende para o aperfeiçoamento dos seus projetos. “O evento trouxe para esse grupo de participantes a oportunidade de eles enxergarem a sua habilidade, desenvolver as suas ideias e de agregar conhecimento à formação dos seus negócios”.

Sobre o programa

Com duração de 24 meses, o Belo Monte Empreende beneficia moradores das comunidades da área de influência da UHE Belo Monte. Ao longo da sua execução desde agosto do ano passado, o programa já conta com 550 participantes, incluindo os desta 11ª oficina Despertar. Ao final das etapas, até 20 ideias de negócios receberão um capital semente para darem continuidade aos projetos idealizados. 

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