Ronilson de Jesus Santos, presidente da Associação do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Virola Jatobá, foi assassinado a tiros na manhã desta sexta-feira, 18 de abril. O crime ocorreu no quintal de sua residência, localizada na zona rural de Anapu, no Pará — uma das regiões com maior número de conflitos agrários no país. A informação foi confirmada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Contraf).
O assentamento Virola Jatobá foi criado após o assassinato da missionária Dorothy Stang, em 2005, com o objetivo de atender pequenos produtores rurais ligados à agricultura familiar. A área faz parte da mesma região onde a religiosa, então agente da Comissão Pastoral da Terra, foi morta por sua atuação em defesa da reforma agrária e dos pequenos produtores.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, também se pronunciou sobre o caso, lamentando o assassinato de Ronilson e cobrando providências por parte do governo do Estado do Pará. “Estamos tomando providências para garantir que o crime não fique impune. Conversei com o secretário de Segurança do Pará, Ualame Machado, para pedir investigação e proteção aos demais agricultores. Ele se comprometeu a enviar agentes ao local. Além disso solicitei à ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, que o assentamento e o acampamento do Vale do Pacuru sejam incluídos no Programa de Proteção de Defensores e Defensoras dos Direitos Humanos. Ronilson deixa esposa e três filhos pequenos. Toda minha solidariedade à família”, diz o comunicado divulgado pelo ministro.
O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Altamira para realização de exames de necropsia e deve ser liberado para o velório ainda neste sábado (19/4).
Até o momento, nenhum suspeito foi preso, e a motivação do crime segue sob investigação.
Por Wilson Soares – A Voz do Xingu